tag:blogger.com,1999:blog-9647811398652632362024-03-12T19:46:57.691-07:00DIÁLOGOS ANTROPOLÓGICOSBLOG DO GRUPO DE ESTUDOS CULTURAIS, IDENTIDADES E RELAÇÕES INTERÉTNICASFrank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.comBlogger208125tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-80074556025612509322024-03-09T12:11:00.000-08:002024-03-09T12:14:23.603-08:00O Antropólogo como Autor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwJbpAB6K3JGCfDyT2S6SBc5G3sYoM-VjqfR45Oqrn1Xl67RDVIuN9b31tk5-uDxErSEG8e7kglVFR4qrRw2tjmscBuIUpOvOvbJntIil91OEkrgA0r9KL6hqKQvJwoqn5ETJnubwyb5Wzrj4DyaU5zEiDJKzGpDD7AjgoODTckHSBsen4CsB2gZt3Ipg/s115/1266973311.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="87" data-original-width="115" height="185" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwJbpAB6K3JGCfDyT2S6SBc5G3sYoM-VjqfR45Oqrn1Xl67RDVIuN9b31tk5-uDxErSEG8e7kglVFR4qrRw2tjmscBuIUpOvOvbJntIil91OEkrgA0r9KL6hqKQvJwoqn5ETJnubwyb5Wzrj4DyaU5zEiDJKzGpDD7AjgoODTckHSBsen4CsB2gZt3Ipg/w245-h185/1266973311.jpg" width="245" /></a></div><br /><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">GEERTZ, Clifford. Obras e vidas: o antropólogo como autor. 1ª ed. Rio
de Janeiro: Editora UFRJ, 2002. </span></div><p></p><p style="text-align: justify;">GEERTZ, Clifford. Works and lives: the anthropologist as author. 1ª ed. Stanford,
California: Stanford University Press, 1988. </p><p><br /></p><p>Por <i>Gabriela Losekan</i> </p><p>Doutoranda em Sociologia (PPGS/UFS) </p><p>Bolsista CAPES e Membro GERTS </p><p>Logo no prefácio de Obras e vidas: o antropólogo como autor (2002), Clifford
Geertz esclarece dois pontos importantes para a compreensão da sua argumentação ao
longo do livro: o termo antropologia é usado como equivalente a trabalhos etnográficos
e, embora questões biográficas e históricas sejam relevantes para a discussão sobre esse
tipo de trabalho, sua principal intenção é compreender como antropólogos escrevem. Em
síntese, sua argumentação é orientada aos aspectos textuais presentes em determinados
trabalhos etnográficos, escritos por Claude Levi-Strauss, Edward Evan Evans-Pritchard,
Bronislaw Malinowski, e Ruth Benedict. Então, além do capítulo que inicia o livro, Estar
lá, e o capítulo que o encerra, Estar aqui, cada capítulo que compõe o desenvolvimento
do livro é dedicado a um autor e obra em específico. Nesse sentido, essa resenha se limita
ao capítulo inicial e final da obra.</p><p>No primeiro capítulo, Estar lá, Geertz nos provoca a pensar sobre os possíveis
sentidos literários da escrita antropológica ao indagar o que faz com que textos
etnográficos sejam persuasíveis. Na sua visão, a extensão de descrições etnográficas e
seus argumentos teóricos, sozinhos, não são capazes de convencer de que o que o
antropólogo diz, resulta de ter estado lá, “em contato estreito com vidas distantes” (p 17).
Para que isso ocorra, a escrita é essencial pois, “impossibilitados de recuperar os dados
imediatos do trabalho de campo para uma reinspeção empírica” (p. 17), é o aspecto do
trabalho etnográfico que fará com que alguns etnógrafos sejam mais eficientes em
transmitir suas impressões em texto e, com isso, mais ouvidos pela comunidade
acadêmica e demais leitores. </p><p>Após situar o leitor sobre a relevância da escrita para o trabalho etnográfico,
Geertz passa a argumentar sobre a função do antropólogo enquanto autor do texto
etnográfico. Nesse ponto, ele conduz às seguintes discussões que emergem da análise
literária de textos etnográficos: a questão da assinatura enquanto construção de uma
identidade autoral, e a questão do discurso, um modo de enunciar as coisas relacionado a
essa identidade. A questão da assinatura, isto é, a presença (ou tentativa de disfarce)
autoral em um trabalho etnográfico esteve relacionada com um problema epistemológico,
“impedir que visões subjetivas distorçam fatos objetivos” (p. 21). Um impasse
comumente relacionado ao trabalho de campo e à descrição etnográfica enquanto método,
e não ao discurso que está implicado na escrita de “textos ostensivamente científicos a
partir de experiência em grande parte biográficas” (p. 22). </p><p>Admitir que os textos etnográficos “tendem a parecer romances, pelo menos tanto
quanto laudos laboratoriais” (p. 20), ao mesmo tempo que permite pensar a questão da
assinatura, estabelece um dilema: a oscilação entre a postura do “físico não-autoral” e do
“romancista hiper autoral”, sem de fato permitir nenhum dos dois. Isso demonstra a
dificuldade que o antropólogo enfrenta ao tentar se situar “num texto do qual, ao mesmo
tempo, espera-se que seja uma visão íntima e uma avaliação fria” (p. 22). Para elucidar
esse impasse, Geertz traz dois exemplos de autores que abordaram diretamente o dilema
da assinatura em suas obras: o livro de Raymond Firth, We, the Tikopia, originalmente
publicado em 1936, e o livro de Loring Danforth, The death rituals of rural Greece,
publicado em 1982. Apesar das diferenças de posicionamento dos autores no texto - Firth
preocupado com a neutralidade científica e Danforth, com um engajamento mais
humanista -, Geertz destaca que ambos autores conseguiram nos convencer de que
estiveram lá e “de que se houvéssemos estado lá, teríamos visto o que viram, sentido o
que sentiram e concluído o que concluíram” (p. 29). </p><p>Para abordar a questão do discurso nos textos etnográficos, Geertz mobiliza o
ensaio foucaultiano, Que é um autor? e o texto de Roland Barthes, Autores e escritores.
Em síntese, Foucault diferencia autores que são fundadores da discursividade, isto é,
autores que quando produziram suas obras produziram algo mais (um teoria, uma
tradição, uma disciplina...), e autores que são produtores de textos particulares. Por outro
lado, Barthes diferencia autores que escrevem e escritores que escrevem algo. Para o
autor, a escrita, ou a linguagem, se constituiu numa práxis, enquanto para o escritor, é
meramente um meio. Nesse ponto sobre a questão do discurso, novamente um dilema: na
visão de Geertz, o discurso antropológico continua “empacado” entre a alternativa do
discurso propriamente literário e do discurso propriamente científico. Em síntese, “a
incerteza que aparece, em termos da assinatura, até que ponto e de que maneira invadir o
próprio texto, aparece, em termos do discurso, como até que ponto e de que maneira
compô-lo imaginativamente” (p. 34-35). </p><p>Se no primeiro capítulo, Geertz argumenta sobre a importância de pensar a
assinatura e o discurso na escrita do texto etnográfico, no último capítulo, Estar aqui, o
autor tece reflexões sobre as consequências de “(...) olhar para os textos de etnografia,
além de olhar através deles” (p. 181, grifos do autor). O ponto central do capítulo é a
discussão sobre o papel e o futuro da antropologia frente às reorganizações políticas do
mundo, momento em que já não é mais possível fugir do ônus da autoria, uma vez que
“(...) as fundações morais da etnografia foram abaladas do lado do Estar lá, pela
descolonização” (p. 117) e “suas fundações epistemológicas foram abaladas, do lado do
Estar aqui, por uma perda generalizada da confiança nas histórias aceitas sobre a natureza
da representação” (p. 177). Nesse contexto, Geertz levanta dois questionamentos: quem
deve ser convencido hoje em dia e convencido de quê? Tendo em vista que os objetos de
estudo que estão lá e o público que está aqui não são mais separáveis ou moralmente
desvinculados. </p><p>Para Geertz, mesmo nesse novo contexto, a tarefa do etnógrafo continua sendo
demonstrar que os relatos sobre como vivem os outros podem transmitir convicção. Para
tanto, “o vínculo textual entre as facetas do Estar Lá e do Estar Aqui da antropologia, a
construção imaginativa de um terreno comum entre o Escrito A e o Escrito Sobre (...) é a
fons et origo de qualquer capacidade que tenha a antropologia de convencer alguém de
alguma coisa” (p. 188). Em que pesem as críticas aos textos escolhidos, à análise literária
decorrente deles e, incluso, à estilística argumentativa do autor (Massi, 1992; Peirano,
1989), o leitor é convencido de que é preciso resgatar a análise textual do texto
etnográfico para compreender como “(...) os processos literários afetam o modo pelo qual
os fenômenos culturais são percebidos e apresentados” (Massi, 1992, p. 166),
especialmente frente aos dilemas morais, políticos e epistemológicos que emergem das
mudanças políticas do mundo. Por fim, o que ainda está disponível para o antropólogo?
Escreve Geertz: “(...) facultar a conversa através de linhas societárias – de etnia, religião,
classe, sexo, língua, raça – que se tornaram progressivamente mais matizadas, mais
imediatas e mais irregulares” (p. 191-192). </p><p>Referências</p><p> MASSI, Fernanda. As estratégias textuais de Clifford Geertz. Cadernos de Campo, São
Paulo, v. 4, n. 3, p. 166-168, 1992. Disponível em:
https://lecturayescrituraunrn.files.wordpress.com/2017/03/resec3b1a-geertz-massi.pdf.
Acesso em: 05/03/2024. </p><p>PEIRANO, Mariza. Só para iniciados. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 3, n. 5, p.
93-102, 1990. Disponível em:
https://www.academia.edu/52674522/S%C3%B3_para_iniciados. Acesso em:
05/03/202</p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-11582296214641320392023-11-16T10:13:00.000-08:002023-11-21T10:27:20.841-08:005ª Mostra Elas por Trás das Câmeras - Resistências e Coletividades<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZpJAxA9WV8ByS_1aIzPqV8fPv0ZGUnBm2JJDGBn5pJdSFCbvx_SVmrAfsyJOeeSJEaiPlOHvMRwynQ2ix4Ci3OxIyKP-8Ps09MPEwLaIQxywhzdJztJ6I0k9PvxMzxoSywqIUx9CfAxZQnfNRDE6-Jn0-Ti8hcX5_J-dTXGoIdTRykvOo6joIFeDUx2ED/s1080/5mostraelas.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="423" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZpJAxA9WV8ByS_1aIzPqV8fPv0ZGUnBm2JJDGBn5pJdSFCbvx_SVmrAfsyJOeeSJEaiPlOHvMRwynQ2ix4Ci3OxIyKP-8Ps09MPEwLaIQxywhzdJztJ6I0k9PvxMzxoSywqIUx9CfAxZQnfNRDE6-Jn0-Ti8hcX5_J-dTXGoIdTRykvOo6joIFeDUx2ED/w423-h423/5mostraelas.png" width="423" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">A 5ª Mostra Elas por Trás das Câmeras integra a programação da <a href="https://www.semanaantropologiaufs.com/" target="_blank">Semana de Antropologia da UFS</a> e acontece gratuitamente entre os dias 21 e 23 de novembro, das 9h às 12h, no auditório do Departamento de Comunicação Social da UFS. A mostra conta com a exibição de curtas-metragens dirigidos por mulheres e rodas de conversa.</span></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span id="docs-internal-guid-16d33e25-7fff-835c-daae-1e20aeab6197"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 14.6667px; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span face="Calibri, sans-serif"><b>Conheça a programação:</b></span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-size: 14.6667px; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 14.6667px; font-weight: 700;">21 de novembro – Sessão 1: Corpos</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-right: -9.12992pt; margin-top: 12pt;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Corpos Políticos, Mulheres no Audiovisual PE - MAPE, 5’ (PE)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Espelho, Luciana Oliveira, 18’ (SE)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Iauarête, Xan Marçal, 13’ (BA)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Porto das Almas, Carolina Timoteo, 20’ (SE)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Thuë pihi kuuwi – Uma Mulher Pensando, Aida Harika, Edmar Tokorino e Roseane Yariana, 9’ (RR)</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Debatedoras: Luciana Oliveira e Manuela Veloso Passos</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Mediação: Danielle de Noronha</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">22 de novembro – Sessão 2: Memórias</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">De tudo um pouco sabia costurar, Yérsia Souza e Felipe Moraes, 24’ (SE)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Elekô, Coletivo Mulheres de Pedra, 6’ (RJ)
</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline;"><span style="font-size: 14.6667px; white-space-collapse: preserve;">Fartura, Yasmin Thayná, 27' (RJ) </span><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">TEKOHA - Mulheres Indígenas: Lutas e Retomadas, Coletivo nós, madalenas, 22’ (SP)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Debatedoras: Ana Marinho, Nara Caroline e Yérsia Souza</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Mediação: Kênia Freitas</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">23 de novembro – Sessão 3: Tempos</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Afluências, Iasmin Soares, 14’ (PB)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Contraturno, Larissa Fernandes e Deivid Mendonça, 26’ (GO)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Guaxuma, Nara Normande, 15’ (AL)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O FASC me toca e eu sou tocada por ele, Layla Bonfim, 20’ (SE)</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Salve todos, Isabela Renault, 11’ (MG)</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Debatedoras: Layla Bomfin, Letícia Galvão e Mariana Isla</span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Mediação: Erna Barros</span></p><div><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><b>Para saber as sinopses dos filmes, acesse: <a href="https://bit.ly/5elasportrasdascameras">https://bit.ly/5elasportrasdascameras</a></b></span></div></span></div><p><br /></p>Danielle de Noronhahttp://www.blogger.com/profile/16565250888540416866noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-48675130748064126832023-09-28T05:24:00.001-07:002023-10-30T05:28:13.406-07:00Seminário GERTs - Gênero e Sexualidade nas Ciências Sociais<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtnW4t8HTdSrSk_GRea4yJ5JwCjLwqbx5qyvDkaQqDOQ-Mh20DUjScVTVTyvbY6WCnNdTcGC-Iyvg4TgZe96lmMUhR2vCNMUsAUZGibZ-YENxnkm1EOsacQLD1MGbcOi1yQagYJgR1q5Hs6PaZweEULB0C7-_zSxHChUh07ugZc-c9gIvMgadnaDWediT4/s1112/gerts-seminario.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="509" data-original-width="1112" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtnW4t8HTdSrSk_GRea4yJ5JwCjLwqbx5qyvDkaQqDOQ-Mh20DUjScVTVTyvbY6WCnNdTcGC-Iyvg4TgZe96lmMUhR2vCNMUsAUZGibZ-YENxnkm1EOsacQLD1MGbcOi1yQagYJgR1q5Hs6PaZweEULB0C7-_zSxHChUh07ugZc-c9gIvMgadnaDWediT4/w594-h270/gerts-seminario.jpeg" width="594" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both;">Apresentação e debate de trabalhos realizados por pesquisadoras vinculadas ao GT Gênero e Sexualidade do Grupo de Estudos Culturais, Identidades e Relações Interétnicas (GERTs). Evento online.</div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>Programação:</b></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>29 de setembro – 17h30 às 19h</b></div><div class="separator" style="clear: both;">Narrativas de gênero e sexualidade nas artes plásticas contemporâneas: implicações dos sistemas artísticos no Brasil, Colombia e Peru – <i>Maria Cristina Simões Viviani</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;">Jovens mulheres e a reivindicação do direito à cidade pela prática do surfe e do skate em Aracaju – <i>Letícia Galvão</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>23 de outubro – 17h30 às 19h </b></div><div class="separator" style="clear: both;">Reinvenções das imagens da mulher: Uma genealogia dos corpos femininos da arte moderna aos quadrinhos contemporâneos – <i>Ana Paula Oliveira Barros</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;">O coletivo é político: O papel dos coletivos contemporâneos de mulheres e dissidências de gênero na (re)configuração das imagens e sons do cinema e do audiovisual brasileiros – <i>Danielle Parfentieff de Noronha</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>24 de novembro – 17h30 às 19h </b></div><div class="separator" style="clear: both;">Agroecologia e gênero: o projeto algodão em consórcios agroecológicos no alto sertão sergipano – <i>Letícia Maciel </i></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;">A tradução do feminismo no discurso do Planeta Ella – <i>Wener da Silva</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both;"><b>15 de dezembro – 17h às 19h </b></div><div class="separator" style="clear: both;">Cultura e território: uma análise da cena k-cover da Grande Aracaju –<i> Ana Luisa Souto Oliveira</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;">Adolescentes em cumprimento de medidas por atos infracionais: a condição das mulheres internas e o apagamento social – <i>Élida Braga</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both;">A pandemia e as emoções: os significados da experiência de ser jovem no cenário brasileiro de crises – <i>Lucia Verônica Muniz de Paulo</i></div><div class="separator" style="clear: both;"><i><br /></i></div><div class="separator" style="clear: both;"><i>Para membras(os) do GERTs. Inscrições via Sigaa.</i></div></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p></p>Danielle de Noronhahttp://www.blogger.com/profile/16565250888540416866noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-337342539530540722023-08-08T07:24:00.002-07:002023-08-08T07:24:51.767-07:00Juventude e moda<p>Por <i>Adrielle da Silva Oliveira</i></p><p><br /></p><p>A moda pode ser trabalhada de diversas formas, nesse texto irei fazer uma ligação
entre ela, estilos de vida, identidade visual e de que maneira a moda é utilizada como
linguagem pelas juventudes periféricas. </p><p>Nos estudos sobre juventude é possível ver a formação de grupos associados a
questões políticas e estilos de vida. A ideia de grupos sociais traz uma noção de solidariedade
e proximidade, onde o indivíduo se sente seguro despertando assim um sentimento de
comunhão. Michel Maffesoli (1998) chama essa união de indivíduos com gostos em comum
de tribalismo, essas redes se unem através da vulnerabilidade humana e o medo de se sentir
sozinho ou deslocado. As tribos suprem a necessidade de se sentir compreendido, de troca de
experiências e de conexão com outras pessoas (MAFFESOLI, 1998).</p><p>Nas tribos urbanas os indivíduos utilizam máscaras sociais (MAFFESOLI, 1998) com
a função de integrar uma “persona” através do cabelo, tatuagens, acessórios e afins, que
podem ser lidos como estranhos ou “caretas” por tribos diferentes. Esses grupos sociais são
mantidos através de um sentimento de familiaridade com elementos neles instituídos - como
posicionamentos ideológicos, gostos musicais, territórios e outros fatores (MAFFESOLI,
Michel 1998). A juventude é a fase onde geralmente se começa a frequentar esses espaços
por consequência de diversos fatores: inserção do jovem no mercado de trabalho, a
construção de um senso de individualidade trazendo assim uma ampliação do consumo em
espaços de lazer. Diante desta partilha de experiências é construído uma imagem seguindo os
demais integrantes é uma forma de se afirmarem “alguém” em uma sociedade que massifica e
os transforma em anônimos (DAYRELL, Juarez 2002).</p><p>Os grupos também abrem outros espaços sociais onde acabam aderindo mais que
características visuais e gostos em comum, um consumo que vai além disso, criando assim
estereótipos relacionados a eles. Após a inserção dos jovens nesses espaços eles começam a
ter noção da sua posição social e fazem escolhas de acordo com sua realidade, que foi
construída dentro das suas múltiplas referências adquiridas ao longo de toda sua vida dando
ênfase ao grupo social onde se sente mais acolhido. No movimento hip-hop, bailes Funk,
entre outros espaços maioritariamente frequentados por jovens periféricos um marcador
bastante utilizado é o uso de um determinado tipo de moda, com o objetivo de afirmar o
pertencimento a uma coletividade específica entre o restante dos grupos urbanos.</p><p>A moda vem sendo trabalhada como sistema de representação que para Stuart Hall
significa utilizar a linguagem para expressar algo sobre o mundo ou representá-lo a outras
pessoas. Utilizando o exemplo do Hip-hop a moda aderida foi feita para se adequar à
realidade urbana desses jovens: roupas confortáveis de fácil aderência com os movimentos,
ideais para transitar em ônibus, metrôs, caminhar longas distâncias; tecidos mais grossos e
pesados possibilitavam a proteção do frio das ruas. (IARA - Revista de moda, cultura e arte,
2010). </p><p>Assim, podemos observar a versatilidade da moda e como ela pode ser aplicada nos
mais diversos ambientes para além da moda global mais conhecida como “fashionista” onde
se preza a tendência. A moda popular busca valorizar o contexto que está inserida, nos bailes
Funk as mulheres utilizam roupas mais sensuais que valorizam o seu corpo ao dançar,
homens buscam estar com acessórios e marcas citadas nas letras das músicas, já no dia a dia
essas mesmas pessoas geralmente estão vestidas de maneiras diferentes já que uma mesma
pessoa pode está inserida em mais de um grupo social e vivenciar mais de um estilo de vida.
(MIZAHI, Mylene 2019) </p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA </p><p>A moda demarcada espaço: o caso da “moda hip hop.” IARA, Revista de moda, cultura e
arte, São Paulo - v.3, dez. 2010.</p><p>ABRAMO, Helena Wendel. Cenas Juvenis: punks e darks
no espetáculo urbano. 1. ed. São Paulo: Editora Página Aberta, 1994. </p><p>DAYRELL, Juarez. O rap e o funk na socialização da juventude. Educação e Pesquisa,
São Paulo, v.28, n.1, p. 117-136, jan./jun. 2002. </p><p>HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Apicuri, 2016 </p><p>MIZAHI, Mylene. O funk, a roupa e o Corpo: Caminhos para uma abordagem
antropologica da moda. Cadernos de Arte e Antropologia, Rio de Janeiro, 2019.</p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-67721375393377682022023-08-07T14:42:00.005-07:002023-08-07T14:48:48.842-07:00Jovens digitais: experiências sociais mediadas por interfaces tecnológicas<p style="text-align: left;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span> </span></span><span style="text-align: right;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Por <i>Gabriela Losekan</i></span></span></p><p align="right" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: right;"><b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><span> </span><span> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><span style="text-indent: 48px;"><span> </span><span> </span>De maneira geral, o que significa dizer que os jovens dessa geração são jovens digitais? Sem perder de vista processos históricos, econômicos e políticos a nível global e como se relacionam com o fenômeno do digital (Faustino, Lippold, 2023; Silveira, 2021), podemos afirmar que a Internet e as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) produzem novas práticas sociais, um novo sentido para o tempo e para o espaço, corroborando para “(...) una mutación profunda en la producción de subjetividad, otras formas de consolidar la propia experiencia y otros modos de auto-tematización, otros regímenes de constitución del yo, otras maneras de relacionarse con el mundo y con los demás, mediados por las TIC” (Muñoz, 2016, p. 75).</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><span> </span><span> </span>Frente a intensificação
e onipresença de sistemas computacionais no cotidiano social, tanto o âmbito da
subjetividade quanto da sociabilidade e da agência dos jovens são mediados, em
menor ou maior grau, pela tecnicidade, isto é, nas suas interações pela e com a
tecnologia (Martín-Barbero, 2008). Embora essa mediação seja interpelada por
marcadores sociais como classe, raça e gênero, pelas formas e condições de
acesso a essas tecnologias, implicando, inclusive, em uma discussão mais
complexa sobre cidadania digital (Batista e Simões, 2022), o digital
proporciona um entorno múltiplo (Muñoz, 2016) comum a seus usuários, descrito
como “(...) virtual y actual, selectivo y masivo, local y global, posicional y
nómada al mismo tiempo…con nuevas experiencias de libertad aunque estén
controladas, una explosión de subjetividades atravesadas por el consumo”
(ibidem, p. 77).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; font-size: 12pt; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiRfinMg38-am4LxrnHGpbP4tKFODrn-y0G9wwDpZBSpH_qhRoHOkhbIhstnqJeCiOau4VxVZ1pYd2vG68FP_9EIBPpA-rr275g-6rnJNFhgInfbneH5HA2MCr0XSTg6XbLjlZ68-F_RMJyX_oWAmnBqD0VpNKxxW1MiXH6IgA0YPj96Z010q_NPBsVBsc" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="492" data-original-width="886" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiRfinMg38-am4LxrnHGpbP4tKFODrn-y0G9wwDpZBSpH_qhRoHOkhbIhstnqJeCiOau4VxVZ1pYd2vG68FP_9EIBPpA-rr275g-6rnJNFhgInfbneH5HA2MCr0XSTg6XbLjlZ68-F_RMJyX_oWAmnBqD0VpNKxxW1MiXH6IgA0YPj96Z010q_NPBsVBsc=w466-h260" width="466" /></a></span></div><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"><i><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Hyper-Reality, por Keiichi Matsuda. </span></i></span><i style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Disponível em: </span></i><a href="https://vimeo.com/166807261" style="font-size: x-small;"><i><span style="color: #1155cc; font-family: "Times New Roman", serif;">https://vimeo.com/166807261</span></i></a><i style="font-size: x-small;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">. </span></i></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Nesse entorno múltiplo,
a temporalidade da Internet, que não é linear, mas instantânea, a
imaterialidade do hipertexto no ciberespaço e a interface dessas tecnologias
transformam os sentidos, as percepções e as formas de produzir a experiência
social (Muñoz, 2016, p. 84), especialmente através da linguagem, da
corporeidade e da sensibilidade de crianças, adolescentes e jovens (Martín-Barbero,
2008) que vivenciam essas fases de vida enquanto um momento propicio a formação
das suas percepções de si, das suas relações e do mundo em que vivem. Portanto,
de maneira geral, dizer que os jovens dessa geração são jovens digitais
significa dizer que através desses sujeitos podemos observar novas formas de
subjetividades e agências articuladas e mediadas pelas TICs.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span><span> <span> </span></span>Não obstante, é preciso ter cautela quando mobilizamos o termo para
caracterizar jovens ou uma geração de jovens. Expressões como nativos do
digital (Prensky, 2001) sugerem uma competência tecnológica quase inata àqueles
jovens que nasceram e cresceram em uma realidade em que o computador, o
smartphone e a Internet sempre existiram. É claro que crianças, adolescentes e
jovens se tornam usuários de tecnologias cada vez mais cedo, mas, embora mais
ambientados à presença e ao uso da Internet e de suas tecnologias e mais
dependentes de softwares no seu dia-a-dia, muitos jovens continuam tendo pouco
ou nenhum conhecimento sobre como funcionam essas tecnologias, embora
desenvolvam expertises e práticas tecnológicas diversas a partir de suas
experiências digitais.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span><span> </span>Questionando a expressão nativo digital, Ortega e Ricaurte (2009, p.43) argumentam
que “no todos los jóvenes de la generación digital poseen las competencias
distintivas de esa generación, ni que las generaciones anteriores sean
incompetentes tecnológicamente”. Em complemento, Boyd (2014, p.176) escreve que
“the rhetoric of “digital natives”, far from being useful, is often a distraction
to understanding the challenges that youth face in a networked world”. Em ambas
publicações, as autoras apontam alguns mitos sobre as competências tecnológicas
da atual geração de jovens, sinalizando, por outro lado, duas situações: a
subutilização das possibilidades oferecidas pela tecnologia, traduzida na fraca
alfabetização e literacia digital dos jovens, e, também, brechas digitais nas
formas de acesso e uso </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">dessas
tecnologias. </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span><span> </span><span> </span>Em seu estudo sobre jovens e cultura digital, Ricaurte (2018, p. 21)
destaca que, além de ser necessário atentar para as diferentes realidades em
que se encontram os jovens e as diversidades de formas em vivenciar a
juventude, especialmente no contexto latinoamericano, “los estudios sobre
cultura digital deben ser encarados como situados, encarnados y en la vida
cotidiana (Hine, 2015) como </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">resultado de la red de relaciones, del contexto y coyuntura en los que
tiene lugar” (ibid, p. 21). Nesse sentido, as práticas digitais permanecem um
aspecto fundamental do cotidiano dos jovens conectados a ser analisado. O desafio posto é conseguir compreender como o ambiente
técnico faz parte, cada vez mais, de corporeidade, cognição e práticas
(Martín-Barbero, 2008, p. 25) desses jovens digitais e em que medida os uso e
apropriações tecnológicos pelos jovens estão relacionados a questões mais
complexas que perpassam as discussões sobre o digital, como a relação entre
sistemas algorítmicos e a sociabilidade, subjetividade e agência dos sujeitos
jovens (Djick, 2013; Silveira, 2018). </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span><span> </span>Algumas pesquisas recentes têm enfrentado essas questões a partir de
abordagens teórico-metodológicas distintas. Na pesquisa etnográfica sobre o
TikTok da antropóloga Abidin (2021), a pesquisadora demonstra como o uso dessa
plataforma de mídia social influencia no desenvolvimento de determinadas
expertises e práticas digitais entre os seus usuários, majoritariamente jovens.
Abidin (ibid., p. 26) destaca que, além das expertises técnicas e práticas
interativas, jovens TikTokers, especialmente aqueles que aspiram viralizar na
plataforma com o objetivo de tornar-se uma celebridade da Internet, também
desenvolvem práticas algorítmicas que são “engajamentos dos usuários em
comportamentos padronizados e rotineiros na crença de que suas ações repetidas
irão persuadir e acionar o algoritmo da plataforma para trabalhar a seu favor”.
Essas práticas, aprendidas por repetidas tentativas, observação de padrões e,
inclusive, intuição, são mobilizadas com o objetivo de alcançar alta
visibilidade, “agradando” e, em alguns casos “enganando” a plataforma, embora
seu algoritmo seja uma caixa-preta bem guardada, como ocorre em outras
plataformas. </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;"><span> </span><span> </span><span> </span>A relação entre a experiência digital dos jovens e interfaces
tecnológicas também é abordada na pesquisa da socióloga Carolina Castro Grau.
Buscando expandir o conceito de experiência social de Dubet (2011) por meio de
Van Djick (2016), Grau (2019, p. 107) define interface tecnológica </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 108.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 108pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt;">como una arquitectura
computacional, pero igualmente en un sentido sociocultural y político,
convirtiéndose en una infraestructura performativa que permite que pasen cosas,
que media, sugiere, cuantifica y mide la vida social, lo cual tendría
incidencia en la configuración de las experiencias de los propios usuarios (Van
Dijck, 2016), transgrediendo la idea de intermediario neutral.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 108.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 108pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">A partir de entrevistas semiestruturadas com jovens usuários do
Instagram, Grau identificou que, embora a pluralidade de experiências dos
jovens possa ser categorizada a partir da lógica da integração social, da
estratégia e da subjetivação, tal como posto pela teoria de Dubet, a lógica da
interface tecnológica permeia todas as lógicas anteriores e, em muitos dos
casos, os jovens relataram perceber a sua incidência na configuração das suas
próprias experiências na plataforma.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">Indo além das experiências e práticas juvenis mediadas pelas plataformas
digitais, no seu artigo sobre jovens estudantes mexicanos e seus imaginários
sociais sobre Inteligência Artificial (2019, p. 52), a pesquisadora Paola
Ricaurte Quijano destaca que a infância, a adolescência e a juventude conectada
ocupam um lugar central no ecossistema das tecnologias associadas a IA por
serem, ao mesmo tempo, produtores (de dados e tecnologias) e consumidores (de
serviços e produtos), além de ser a força laboral presente e futura para o
setor. </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 36pt;">A partir da realidade mexicana, Ricaurte critica a fraca implementação de
políticas públicas voltadas ao desenvolvimento tecnológico e científico que,
além de não posicionar o país como um ator relevante no ecossistema tecnológico
a nível global, falha em inserir os jovens de forma participativa na sociedade
digital, contribuindo para a intensificação das brechas digitais entre os
jovens. Para contribuir com o debate, a pesquisadora mobiliza os imaginários
sociais de jovens estudantes mexicanos sobre a IA para compreender o que
conhecem e pensam sobre essa tecnologia e como a vinculam a suas vidas
cotidianas. Citando Augé (1999, p. 10), a autora escreve que “los imaginarios
articulan el sentido de lo común, de lo compartido, constituyen un terreno de
encuentro y disputa en contextos de contacto cultural y colonización” (2019, p.
54). </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Entre os achados exploratórios da pesquisa, é interessante destacar a
percepção dos jovens estudantes mexicanos sobre as capacidades das tecnologias de
IA, tais como “raciocinar” e “pensar”, características da inteligência humana,
ainda que não tenha sido mencionado como se produz ou se desenvolve tal
capacidade. Ademais, é nítido que seus imaginários são marcados por extremos
apocalípticos ou utópicos sobre a presença das tecnologias de IA na sociedade
do futuro. Embora consigam identificar a presença dessas tecnologias no seu
cotidiano, citando como exemplo assistentes virtuais, plataformas de mídia
social, videogames, etc., os imaginários dos jovens entrevistados para pesquisa
são predominantemente articulados a partir do senso comum sobre IA.</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 36pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">São
pesquisas que nos provocam a pensar em que medida expertises e práticas tecnológicas
somadas a experiências digitas podem ou não corroborar para o desenvolvimento
de um conhecimento significativo sobre a Internet e suas tecnologias entre
jovens, influenciando ou não em formas de agência menos ou mais reflexivas
mediadas por interfaces tecnológicas, sem perder de vista as especificidades da
localidade e do cotidiano em diálogo com as dinâmicas de conjunturas globais e
disputas de poder.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Referências</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">ABIDIN, C. Mapeando celebridades da Internet no TikTok: Explorando
Economias da Atenção e Trabalhos de Visibilidade. Revista Pauta Geral-Estudos
em Jornalismo, v. 8, p. 1–50, 2021.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">BATISTA, S.; SIMÕES, J. A. Cidadania digital de jovens em três países
europeus: perfis de (não) participação cívica online. Sociologia, Problemas e
Práticas, n. 98, 2022, p. 9-29.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">BOYD, D. It’s complicated: the social lives of networked teens. New
Haven: Yale University Press, 2014, p. 176-199.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">DIJCK, J. VAN. The culture of connectivity: a critical history of social
media. Oxford ; New York: Oxford University Press, 2013. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">FAUSTINO, D.; WALTER, L. Colonialismo digital: por uma crítica
Hacker-Fanoniana. São Paulo: Boitempo, 2023. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">GRAU, C. C. Instagram como interfaz tecnológica: algoritmos e
interacción de las juventudes. Em: BROSSI; LIONEL (Org.). Inteligencia
artificial y bienestar de las juventudes en América Latina. Santiago: LOM
ediciones, 2019, p. 105-113.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">MARTÍN-BARBERO, J. A mudança na percepção da juventude: sociabilidades,
tecnicidades, e subjetividades entre os jovens. Em: BORELLI, S. H. S.; FREIRE
FILHO, J. (Org.). Culturas juvenis no século XXI. São Paulo: Educ, 2008, p.
9-32</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">MUÑOZ, G. Jóvenes digitales. Em: FEIXA, C.; OLIART, P. (EDS.).
Juvenopedia: mapeo de las juventudes iberoamericanas. Primera edición ed.
Barcelona: NED Ediciones, 2016. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">ORTEGA, E; RICAURTE, P. Jóvenes nativos digitales: mitos sobre la
competencia tecnológica. Diário de Campo, n.106, p. 40-49, 2009.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">PRENSKY, M. Digital Natives, Digital Immigrants. On The Horizons, v. 9,
n. 5, p. 1-6, out./2001.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">RICAURTE, P. Jóvenes y cultura digital: abordajes críticos desde América
Latina. Chasqui. Revista Latinoamericana de Comunicación, v. 137, Ecuador:
CIESPAL, p. 13–28, jul. 2018.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">RICAURTE, P. Jóvenes e imaginarios sobre inteligencia artificial en
México. Em: BROSSI; LIONEL (Org.). Inteligencia artificial y bienestar de las
juventudes en América Latina. Santiago: LOM ediciones, 2019, p. 51-61.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">SILVEIRA, S. A. A hipótese do colonialismo de dados e o neoliberalismo.
In: CASSINO, João Francisco; SOUZA, Joyce; SILVEIRA, Sérgio Amadeu da (orgs.).
Colonialismo de dados : como opera a trincheira algorítmica na guerra
neoliberal. São Paulo, Autonomia Literária, 2021, p. 33-51.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">SILVEIRA, S. A. A noção de modulação e os sistemas algorítmicos. <span style="background-color: #cccccc;">Em: </span></span><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #cccccc; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">SOUZA, J.; AVELINO, R.; SILVEIRA, S. A. (orgs).
Sociedade de controle – manipulação e modulação nas redes sociais. Editora
Hedra, 2019, p. 31-47.</span></p>
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-24398862461327557402023-07-03T11:08:00.002-07:002023-07-03T11:12:01.407-07:00 Afrofuturismo na Encruzilhada: usos e sentidos de tecnologias diaspóricas na construção de identidades<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Por<i> Laila Souza Carvalho</i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYYqHuIMAtOJMByMM1KUwjHp_o6mUWRUnLPr6AkfebqsMBQPdJDeEiFh4ge3Uxhz8HaUWDXpTQSbvI80SiK5Qkz8wOCBESfE8dN5XLwAL_Tf9It0oTxiJxIPaQDJkICVmQUjD5okJcYG7xZHQTW7oZ8SOVu9m8TpQH7gOoEx7v0KS5qra3VyrUIYxE0Kk/s3000/image.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3000" data-original-width="3000" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYYqHuIMAtOJMByMM1KUwjHp_o6mUWRUnLPr6AkfebqsMBQPdJDeEiFh4ge3Uxhz8HaUWDXpTQSbvI80SiK5Qkz8wOCBESfE8dN5XLwAL_Tf9It0oTxiJxIPaQDJkICVmQUjD5okJcYG7xZHQTW7oZ8SOVu9m8TpQH7gOoEx7v0KS5qra3VyrUIYxE0Kk/s320/image.png" width="320" /></a></div><p></p><p style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Figura 1 - Capa do single "Futuro Ancestral"; do multiartista Afrofuturista Marvin Lima</span></p><p style="text-align: justify;">O exercício de exploração da imaginação está muito mais próximo do nosso cotidiano do que podemos detectar. Vivemos em meio a inúmeras possibilidades de escolhas e conversas internas com o nosso próprio “eu” acerca das decisões que serão tomadas durante o dia, ou até mesmo na forma como projetamos o futuro, seja ele daqui a minutos, horas, dias ou anos. Dessa forma, a construção daquilo que compreendemos por futuro está sendo constantemente edificado no presente, as vezes com referências de momentos passados, outras vezes não.</p><p style="text-align: justify;">O Afrofuturismo se construiu e continua se construindo tomando por base esse constante exercício de exploração do campo imagético de pessoas pretas, através do qual foi sendo estabelecido uma relação cada vez mais próxima entre a ficção especulativa e aquela mesma pergunta que não quer calar: afinal de contas, onde estão os negros nos espaços, notadamente em espaços e posições de poder e tomada de decisão? O presente trabalho está voltado a entender essa pergunta e mais algumas, dentro de um contexto exploratório do conceito Afrofuturista, como por exemplo: o que é o Afrofuturismo? Quais as dificuldades impostas pela raça que atingem também o movimento Afrofuturista? O movimento Afrofuturista pode ser considerado como uma forma de identidade? Quais os principais contornos e características desse movimento?</p><p style="text-align: justify;">Nesse compasso, a metodologia aplicada ao trabalho de pesquisa e revisão bibliográfica se acentua em conceitos traçados por estudiosos que se dedicam a entender diferentes formas de fazer pesquisa, com foco principal na autoetnografia, métodos interseccionais e relacionantes da própria experiência ao ambiente de pesquisa e conceitos estudados, fazendo um paralelo com a perspectiva da pesquisadora nessa experiência de fazer mestrado num país com um contexto sociopolítico no qual predominam o evidente descaso e desaparelhamento da educação pública e as constantes e massacrantes políticas públicas de ódio contra pessoas pretas. </p><p style="text-align: justify;">Para isso, lanço mão das tecnologias diaspóricas desenvolvidas pelos pesquisadores João Mouzart (2021) e Luiz Rufino (2017) como metodologia de estudo e de trabalho, analisando o Afrofuturismo a partir da "Pedagogia da Encruzilhada" (RUFINO, 2017), pois lanço o movimento Afrofuturista ao cruzo de suas próprias narrativas e agendas possíveis a partir de uma visão afrocentrada. "No mesmo compasso, ao lançar o conceito ao cruzo de suas possibilidades, me utilizo da Metodologia Parafuso" (MOUZART, 2021) para me lançar em um constante movimento reflexivo e analítico em torno do tema, seus alcances com relação à formação identitária de um grupo que está em constante modificação e enraizamento, aliado à própria perspectiva da pesquisadora Afrofuturista, que se vê contemplada pela maioria dos resultados de vivências possíveis a partir da movimentação do cruzo, notadamente nos aspectos concernentes à necessidade de usos de métodos anticoloniais nos modos de fazer pesquisa.</p><p style="text-align: justify;">As configurações de construção do conceito do Afrofuturismo em suas várias implicações e formas, bem como o entendimento do tema como uma importante ferramenta tecnológica sedimentada a partir de experiências diaspóricas está sendo embasada em diversos pensadores Afrofuturistas que têm se debruçado acerca do objeto de análise nos mais diversos seguimentos, aos quais me alinho e utilizo como exemplos de sujeitos pensantes e praticantes do que denomino de movimento Afrofuturista no Brasil, tais como os escritores Lu Ain-Zaila (2019), Fábio Kabral (2016), Kenia Freitas (2018), Zaika dos Santos (2021), Morena Mariah e tantos outros nomes possíveis, visto a ampla gama de possibilidades que o Afrofuturo traduz.</p><p style="text-align: justify;">Sendo assim, podemos fazer um exercício crítico e reflexivo a partir modus operandi Afrofuturista, ou seja, a partir de um embasamento teórico completamente construído por, com e para pessoas pretas, numa tentativa de traçar futuros que consideram as perspectivas da ancestralidade como ponto de partida para as infinitas possibilidades construídas dos diversos cruzos resultados da realidade diaspórica, tomando o tempo passado em seu aspecto imutável, visto que não se pode mudar o que já passou, mas podemos olhar os fatos acontecidos sob outros pontos de vista e experiências, principalmente a partir de uma perspectiva empretecida, dá-los novos contornos, interpretações e possibilidades, o que acarreta em resultados diversos tanto para o presente quanto para o futuro, pois é através das experiências já experimentadas que atuamos no presente para a construção de um futuro, ou pelo menos é assim que se entendem os usos e sentidos do movimento Afrofuturista.</p><p style="text-align: justify;">REFERÊNCIAS</p><p style="text-align: justify;">JUNIOR, Luiz Rufino Rodrigues. Exu e a Pedagogia das Encruzilhadas. Luiz Rufino Rodrigues Junior. Tese. (Doutorado em Educação no Programa de Pós-Graduação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro), 2017.</p><p style="text-align: justify;">OLIVEIRA JUNIOR, João Mouzart de. Entre a rua e o Ciberespaço: Ciberracismo nas redes sociais brasileiras. João Mouzart de Oliveira Junior. Tese (Doutorado em Estudos Étnicos e Africanos no Programa de Pós-graduação Multidisciplinar em Estudos Étnicos e Africanos na Universidade Federal da Bahia), 2021</p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-82586665712506076262023-07-01T10:46:00.005-07:002023-07-01T11:03:54.524-07:00A Pandemia e as Emoções: os significados da experiência de ser jovem no cenário brasileiro de crises<p><i>por</i> <span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">Lúcia
Verônica Muniz de Paulo</span></p><p><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 18pt;"><span> </span>A pandemia do vírus Sars-CoV-2
– conhecido como COVID-19 – trouxe desafios individuais e coletivos. Diante da
crise sanitária, as pessoas perceberam-se impotentes e incapazes; passaram por alterações
significativas nas formas de lidar com os seus afetos. Neste cenário, os grupos
jovens foram apontados como os grupos mais afetados emocional e psiquicamente,
sobretudo por certas particularidades em como vivenciaram este momento. As
causas disto, embora tenham sido evidenciadas na pandemia, não são frutos
exclusivos das mudanças trazidas por este contexto (WHO, 2022). </span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjupFGeA_E0PTV0QPfpe-dax0s-QY7elN8h7hwrzAlPt2qBZ0_9bwFqKPvkReWybtsNCk-a9HdI32xAZjFfRh-ddu_KYLEa4ibH-Q76tJHlT9N3uZviOgyfyNFAfTeB3sNmjWa9wsjaPDiqVmnqBi3yjnYsBlclGP1_-fhUxuEBto6lfHDVpt4HfsnME54/s4160/IMG_20161210_172104.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3120" data-original-width="4160" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjupFGeA_E0PTV0QPfpe-dax0s-QY7elN8h7hwrzAlPt2qBZ0_9bwFqKPvkReWybtsNCk-a9HdI32xAZjFfRh-ddu_KYLEa4ibH-Q76tJHlT9N3uZviOgyfyNFAfTeB3sNmjWa9wsjaPDiqVmnqBi3yjnYsBlclGP1_-fhUxuEBto6lfHDVpt4HfsnME54/s320/IMG_20161210_172104.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Foto por Frank Marcon</span></div><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 18pt;"> Para apreender em
produndidade o cenário brasileiro da pandemia e as formas como as pessoas foram
emocional e psiquicamente afetadas neste contexto, tomo como base, para a minha
pesquisa de mestrado, os textos que trabalharei aqui. Frantz Fanon, mais especificamente os textos
presentes no livro “</span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 18pt;">Os condenados da Terra</i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 18pt;">”. Este livro fora publicado
pela primeira vez em 1961, e fala sobre o modo como a colonização
vulnerabilizou – e ainda vulnerabiliza – a psique dos povos colonizados. E para abordar as emoções experimentadas pelos jovens diante da pandemia
no Brasil, utlizo o texto de Lila Abu-Lughod e Catherine Lutz “</span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 18pt;">Introduction:
emotion, discourse, and the politics of everyday life</i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 18pt;">”, que é um capítulo
de introdução às discussões sobre a Antropologia das Emoções presentes no livro
“</span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 18pt;">Language and the politics of emotion</i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 18pt;">”, publicado em 1990 e organizado
por estas autoras.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 18pt;"><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Antes da crise sanitária
espalhar-se pelo mundo, o sentimento no Brasil já era de desamparo e de
desesperança. As crises sociais e políticas, decorrentes principalmente da
instabilidade no Poder Exercutivo do país, traziam a sensação de que os
brasileiros, sobretudo os que mais precisavam da atuação do Estado, tornavam-se
cada vez mais “os condenados da terra” (FANON, 2022 [1961]). Este cenário, ao
somar-se à chegada da pandemia, transformou-se em uma dupla crise, o que afetou
diretamente a forma como este momento fora experimentado emocional e
psiquicamente no país. Assim sendo, mesmo antes dessa conjugação de crises, os
brasileiros já experimentavam a “hiper-afetividade” mencionada por Franz Fanon
(2022), uma vez que as desigualdades sociais vivenciadas na pandemia decorreram
– e ainda decorrem – de um processo de continuidade e aprofundamento da invisibilização
e marginalização dos socialmente vulnerabilizados, que se iniciara antes mesmo
da chegada do COVID-19 no Brasil. Por ser um país que segue marcado pelo
colonialismo, o Brasil tem seu povo vulnerabilizado socialmente e mantido com
sentimentos “à flor da pele, como uma chaga viva” (FANON, 2022, p. 48). Estes
sentimentos, bem como a forma como as pessoas significam as emoções, para serem
compreendidos, exigem a localização no tempo e no espaço de seus surgimentos.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 18pt;"><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-themecolor: text1;">Frantz Fanon (2022) ao
falar sobre a colonização, diz que esta é uma grande provedora dos hospitais
psiquiátricos, e que existe uma dificuldade de cura do colonizado dentro de um
meio social com as marcas do colonialismo (p. 251). A forma como as pessoas são
marcadas emocional e psiquicamente, portanto, está relacionada ao contexto
social em que vivem, o que mostra que não há como prescindir dos resquícios
coloniais ao falar sobre a pandemia em um país como o Brasil, que segue marcado
pela colonização.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 18pt;"><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">A investigação sobre as
emoções, como disseram Abu-Lughod e Lutz (1990), exige a observância de dois pontos
cruciais: sociabilidades e relações de poder (p. 13). Para identificar os modos
como os jovens, a partir do cenário de crises que fora a pandemia no Brasil,
produziram e significaram suas experiências emocionais, os aspectos sociais que
envolvem a construção destas experiências exigem ser reconhecidos. As emoções
suscitadas entre os jovens brasileiros durante a pandemia não têm suas origens
tão somente nas individualidades, e sim na vida social; nas condições políticas
e econômicas que intensificaram as suas vulnerabilidades e experiências de
sofrimento.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 18pt;"><span style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Embora as emoções sejam
manifestadas no corpo humano dos indivíduos, e ligadas à saúde mental, as suas origens
também precisam ser situadas no corpo social, de forma que seja possível
observá-las como socialmente construídas e significadas (ABU-LUGHOD; LUTZ,
1990, p. 13). </span></span><span style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Diferentemente
da ideia de que a sociedade é feita por indivíduos isolados, em que cada um se
encerra em sua subjetividade, parto da compreensão de que as subjetividades dos
jovens foram afetadas por essa dupla crise, sobretudo entre os que já eram
submetidos à vulnerabilidade social. </span></span><span style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">As experiências emocionais deste
grupo e investigadas na minha pesquisa são observadas como frutos das
circunstâncias históricas e culturais; são frutos da forma como o poder
apresenta-se nas relações sociais das juventudes.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 18pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-indent: 35.4pt;">As experiências não foram
iguais, e as diferenças estiveram relacionadas a desigual distribuição de poder
preexistente à pandemia. Por isto, a investigação tem se debruçado sobre as
circunstâncias sociais que foram – e continuam sendo – o plano de fundo das
experiências emocionais das juventudes, que cada vez mais interpretam seus
sentimentos como enfermidades. A vulnerabilidade e a situação de crises,
unidas, podem não ter sido provedoras para os hospitais psiquiátricos, como
dissera Fanon (2022, p. 251), pois estes não mais existem como outrora. A
relação destas circunstâncias, contudo, gerou uma exposição ao dano psíquico
maior entre os que já enfrentavam socialmente as dores da chaga viva de viver
com as emoções à flor da pele (FANON, 2022, p. 48).</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><b><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">REFERÊNCIAS:<o:p></o:p></span></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><a name="_Hlk129463265"></a><a name="_Hlk134518585"><span style="mso-bookmark: _Hlk129463265;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">ABU-LUGHOD, Lila; LUTZ, </span></span></a></span><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><span style="mso-bookmark: _Hlk129463265;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US;">Catherine A. Introduction: emotion, discourse, and the
politics of everyday life. In: ABU-LUGHOD, Lila; LUTZ, Catherine A. (orgs.). <b>Language
and the politics of emotion</b>. </span></span></span><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><span style="mso-bookmark: _Hlk129463265;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">Cambridge:
Cambridge University Press, 1990. P. 1-23.</span></span></span><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><span style="color: red; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%;">FANON, Frantz. <b>Os condenados da
terra</b>. Rio de Janeiro: Zahar, 2022.<o:p></o:p></span></span></p>
<span style="mso-bookmark: _Hlk134513146;"></span>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">WHO.
COVID-19 and mental health<i> In</i>: <b>World mental health report:
transforming mental health for all</b>. Geneva: World Health Organization;
2022. p. 28-32. Disponível em:
<https://www.who.int/publications/i/item/9789240049338>. Acesso em: 22
set. 2022.</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p></o:p></span></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-54428501946221807582023-06-14T13:21:00.003-07:002023-06-14T13:25:04.310-07:00Relações étnico-raciais em Sergipe: escritas negras<p style="text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span style="font-family: Glegoo, serif; font-size: 14px;">Esta coletânea E-book foi organizada tendo como eixo principal a reunião de estudos acadêmicos que nos últimos anos abordaram o tema das relações étnico-raciais em Sergipe. O estímulo dos organizadores foi a constatação de uma interessante produção de estudos que caracterizam e visibilizam questionamentos críticos e vigorosos sobre o tema, a partir das abordagens e das experiências de negros e negras que atuam com pesquisa em e sobre Sergipe. Portanto, este livro é uma iniciativa de encontros e rompimentos sobre os assuntos que atravessam as relações raciais no estado, trazendo novos temas e revisitando outros a partir da perspectiva de autores e autoras com trajetórias implicadas pelo lugar de fala. Os textos aqui apresentados foram originalmente pensados a partir de pesquisas que se aproximam ou se encontram em certos temas e interesses, especialmente pelo motivo de realizarem revisões críticas ou trazerem alguma dimensão inédita sobre elas, bem como por despertarem para outros enfoques e abordagens inusitados até então. De um modo ou de outro demonstram o relevo, a relevância e a potência da discussão sobre as relações étnico-raciais em Sergipe.</span><span style="font-family: Glegoo, serif; font-size: 14px;"> <a href="https://drive.google.com/file/d/1Rcnq1nPuaBw8EMOHHYDs_h1gZ68jATOW/view?usp=drive_link" target="_blank">(pdf)</a></span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="background-color: #eeeeee;"><span style="font-family: Glegoo, serif; font-size: 14px;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhtGvGbN4pwWQsBGA7yLJ6rvGqOW4-kj7gmn6Rz9lcp0VYiVLYrE66tFidgod4vQ_CxmRs3dIqY9jlkNbYK8ElnT-h8MATZK4JUYQAwYhnrbE9HC_GcQduZLQBJW3cNsj47sx2ijMN35qJI06KJ1Gw3QOdBcZPEItHCdwneaBFarAuv6vFwuiBfvpOD" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="924" data-original-width="723" height="519" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhtGvGbN4pwWQsBGA7yLJ6rvGqOW4-kj7gmn6Rz9lcp0VYiVLYrE66tFidgod4vQ_CxmRs3dIqY9jlkNbYK8ElnT-h8MATZK4JUYQAwYhnrbE9HC_GcQduZLQBJW3cNsj47sx2ijMN35qJI06KJ1Gw3QOdBcZPEItHCdwneaBFarAuv6vFwuiBfvpOD=w407-h519" width="407" /></a></div><br /><br /><p></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-6370698412960482622023-06-06T08:16:00.001-07:002023-06-06T16:44:07.140-07:00Jovens Mulheres e o Direito à Cidade a partir da prática do Surfe e do Skate em Aracaju<p><i> Por</i> <span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: right;">Letícia Oliveira Feijão Galvão</span><a href="file:///C:/Users/marco/Downloads/RESENHA%20-%20GERTs.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: right;" title=""><sup><sup><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">[1]</span></sup></sup></a></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Na contemporaneidade, a emergência
de novas narrativas identitárias e as disputas e sentidos que estas atribuem ao
espaço público têm ocupado relevantes campos de pesquisa nas ciências sociais.
Durante a minha trajetória acadêmica, venho estudando múltiplas formas de
agências juvenis e como essas agências se articulam a elementos presentes no
cotidiano de parte das juventudes sergipanas contemporâneas. Atualmente, minha
proposta de pesquisa de doutorado se baseia em trazer para análise categorias
como corpo, gênero e cidade a partir das microculturas juvenis que se formam
através da prática do surfe e do skate (ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">skateboarding</i>)
na cidade de Aracaju. Mais precisamente, como a prática de ambos os esportes
pode agir como um recurso de reivindicação feminina do espaço urbano<a href="file:///C:/Users/marco/Downloads/RESENHA%20-%20GERTs.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a> e
qual é o papel da ação coletiva nesse contexto.</span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhrjam2fWSgIjIw6gHQ-wdidwPHacVQcJ6eJ4z-8QTKgFag0DZlntkQfYTlQBwCZvBHkNMmzQ7alpmQHd3sFCLqEC-9DSfBGIxYg53FZbItWDcSYQVqI2vk3XM8J_oZBlyjOejIuviFmOXELxySciCTbKxBaZ6DhKMBXSwQXK1VXIHdPwI1Yt3nvht4" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhrjam2fWSgIjIw6gHQ-wdidwPHacVQcJ6eJ4z-8QTKgFag0DZlntkQfYTlQBwCZvBHkNMmzQ7alpmQHd3sFCLqEC-9DSfBGIxYg53FZbItWDcSYQVqI2vk3XM8J_oZBlyjOejIuviFmOXELxySciCTbKxBaZ6DhKMBXSwQXK1VXIHdPwI1Yt3nvht4" width="320" /></a></span></div><span style="line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: xx-small;">Foto da autora - 2022</span></div></span><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Para viabilizar essas investigações,
utilizo alguns textos sociológicos e antropológicos que dialogam com as minhas
principais questões de pesquisa. Aqui, apresentarei algumas contribuições de
dois deles: o livro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A invenção do
cotidiano: artes de fazer</i>, de Michel de Certeau, e o texto <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ondas, cenas e microculturas juvenis</i>, de
Victor Sérgio Ferreira. Meu intuito é mostrar como ambas as produções
apresentam conceitos centrais para pensar como o direito à cidade é
reivindicado pelas mulheres que se associam a coletivos voltados ao surfe, ao
skate e aos estilos de vida que se estruturam a partir dessas práticas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ondas, cenas e microculturas juvenis</i>, Ferreira (2008) define, a
partir de uma leitura do antropólogo Carles Feixa, as microculturas como
“contextos sociais onde ocorrem fluxos de significados e valores manejados por
pequenos grupos de jovens na vida cotidiana, atendendo a situações locais
concretas” (FEIXA apud FERREIRA, 2008, p. 101). O autor pontua, também, que as
microculturas contemporâneas não respondem às dinâmicas sociais que as rodeiam
como os “rituais de resistência" (HALL; JEFFERSON, 2003) das décadas
passadas: segundo Ferreira (2008, p. 102), no lugar de um estilo de vida contestatório
e militante, “passa a existir um estilo de vida celebratório, orientado por uma
ética de existência que cultiva valores hedonistas, experimentalistas,
presenteístas e convivialistas, no sentido do alargamento das possibilidades de
expressão individual”. Podemos pensar os estilos de vida que se estruturam a
partir de práticas cotidianas - como o surfe e o skate, por exemplo - como
parte desse fenômeno. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Já em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A invenção do cotidiano: artes de fazer</i>, Michel de Certeau
investiga como os sujeitos intervêm material e simbolicamente nas suas
respectivas realidades a partir de “estratégias” e “táticas” estabelecidas
nesses contextos. É precisamente no terceiro capítulo dessa obra em que o autor
situa o que seriam essas estratégias e táticas, que estruturam as “artes de
fazer” - modos de “caminhar, ler, produzir, falar etc.” (CERTEAU, 2014, p. 87)
presentes no cotidiano dos agentes. Em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Fazer
com: usos e táticas</i>, Certeau aponta o que distingue ambos os movimentos e
quais são os seus efeitos na vida social.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">É importante frisar que Certeau
situa, em primeiro lugar, o papel do consumo nessa dinâmica, como sendo
caracterizado sobretudo por suas “astúcias”; pela possibilidade de inversão de
signos e práticas estabelecidos hierarquicamente no cotidiano. Em seguida,
Certeau busca destrinchar a ideia de estratégia: segundo ele, a estratégia
seria o cálculo ou a manipulação das relações de forças exercidas por sujeitos
de poder. A estratégia é uma conduta necessariamente hierárquica, cartesiana,
manifesta pelos “poderes invisíveis do Outro” (CERTEAU, 2014, p. 93). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">As táticas, por sua vez, seriam
justamente o oposto: seria um “movimento dentro do campo de visão do inimigo”,
uma “arte do fraco” (CERTEAU, 2014, p. 94). Dessa forma, se as estratégias são
estabelecidas de forma a propagar relações de poder, as táticas são as práticas
que subvertem essa relação; são as possibilidades de construção de outras
formas de consumir, de ser e estar nos espaços públicos e privados. Como posto
pelo autor (2014, p. 97), “a tática é determinada pela ausência de poder, assim
como a estratégia é organizada pelo postulado de um poder”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Diante do exposto, é possível
associar utilizar tanto a noção de microculturas juvenis, pensada por Ferreira,
quanto os conceitos de artes de fazer, estratégias e táticas trabalhados por
Certeau para analisar sociologicamente as relações entre mulheres, esportes,
estilos de vida e espaço público em Aracaju. Quando pensamos no direito à
cidade, é pertinente que pensemos, também, nas possibilidades de ação - ou,
mais precisamente, nas artes e astúcias de reinvenção da cidade, como propõe
Diógenes (2020) - que engendram práticas cotidianas capazes de desafiar
estruturas de poder presentes no espaço público.<o:p></o:p></span></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">BARROS, Erna. “</span><b style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Uma cidade muda não muda”: mulheres, graffiti e espaços urbanos hostis.
</b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Tese (Doutorado em Sociologia). Universidade Federal de Sergipe, 2020.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 10pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">CERTEAU, Michel de. Fazer com: usos e táticas. In: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer</b>.
22. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">DIÓGENES, Glória. Diagramas da
Juventude Contemporânea: Artes e Astúcias de Reinvenção da cidade. In: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Juventudes Contemporâneas: Desafios e
Expectativas em Transformação</b>. Rio de Janeiro: Editora Telha, 2020.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 10pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">FERREIRA, Victor Sérgio. Ondas,
cenas e microculturas juvenis. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">PLURAL,
Revista do Programa de Pós‐Graduação em Sociologia da USP</b>, São Paulo,
v.15, 2008, pp.99‐128.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 11.45pt; margin-top: 10.0pt; margin: 10pt 11.45pt 0cm 0cm; mso-pagination: none; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">HALL; JEFFERSON, Tony (orgs.). <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Resistance through rituals: youth
subcultures in post-war Britain</b>. London: Routledge, 2003. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/marco/Downloads/RESENHA%20-%20GERTs.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><sup><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><sup><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></sup><!--[endif]--></span></sup></a><span style="font-size: 10pt;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Graduada em
Ciências Sociais e Mestre em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em
Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGS/UFS). Membro do Grupo de
Estudos Culturais, Identidades e Relações Interétnicas (GERTs). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal;"><span style="font-size: 10pt;"><o:p> </o:p></span><a href="file:///C:/Users/marco/Downloads/RESENHA%20-%20GERTs.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="text-align: justify;" title=""><sup><sup><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></sup></sup></a><span style="font-size: 10pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10pt; text-align: justify;">Parto da
hipótese de que, como estudado por Barros (2020), os espaços da cidade são
pensados a partir de uma lógica e de um modelo masculinos, sendo o corpo
feminino socializado para “pertencer” ao âmbito privado. Nesse sentido, haveria
um duplo processo de disputa por reconhecimento por parte das mulheres que se
associam ao surfe e ao skate: um primeiro por serem mulheres a ocupar o espaço
público, e um segundo por serem mulheres em esportes hegemonicamente
masculinos.</span></p></div>
</div>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-15309537052712145502023-06-05T15:53:00.001-07:002023-06-05T15:53:20.221-07:00Juventude e Instituição: sentimentos, percepções e o reconhecer-se para ser reconhecido<p> <span style="font-size: 12pt; text-align: right;">Por </span><i style="font-size: 12pt; text-align: right;">Raiane Santos</i></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O sociólogo e filósofo
alemão, Axel Honneth (1949), ao vislumbrar a teoria do reconhecimento a partir
das discussões já antecipadas na filosofia de Hegel, compreende que tal teoria
é baseada em três fases: no amor, no direito e na estima. O autor entende que a
primeira fase do reconhecimento, acentuada pelas relações afetivas e pelo amor,
deve ser considerada sobretudo a partir das relações primárias, “na medida em
que elas consistam em ligações emotivas fortes entre poucas pessoas [...] e de
relações pais/filhos”. (p.159). Esta fase do reconhecimento pautada nos afetos,
acaba sendo objeto de estudos também no campo da psicanálise, mostrando,
inclusive, que a relação mãe-filho quando passa por um rompimento simbiótico
ainda na primeira infância, pode gerar distúrbios no comportamento do bebê,
isso porque “a interação entre mãe e criança se efetua como um processo
altamente complexo, no qual ambos os implicados se exercitam mutuamente na
capacidade de vivenciar em comum sentimentos e percepções”. (HONNETH, 2009,
p.162).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No que diz respeito à
segunda fase do reconhecimento, sendo o direito, Honneth (2009, p.193), afirma
que “um sujeito é respeitado e encontra reconhecimento jurídico não só na
capacidade abstrata de poder orientar-se por normas morais, mas também na
propriedade concreta de merecer o nível de vida necessário para isso”. Por
último, a terceira fase do reconhecimento - baseada na estima - demonstra que
os sujeitos operam diante de um processo de solidariedade, onde as relações
sociais são estabelecidas de forma simétrica. Esta última fase funciona como
uma consequência da segunda, ou seja, para que o sujeito consiga se enxergar de
forma valorativa em meio a sociedade, é indispensável que o mesmo se reconheça
enquanto sujeito de direitos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">As três fases do
reconhecimento ao serem associadas ao contexto do acolhimento institucional,
nos levam a pensar que as trajetórias de vida dos jovens que já passaram e que
ainda se encontram em instituições de acolhimento são atravessadas por três
segmentos: o rompimento do laço afetivo/parental; a luta para que sejam vistos
como sujeitos de direitos e o autorreconhecimento permeado pela estima social a
partir dos valores aspirados comunitariamente, ou seja, nos espaços de
acolhimento institucional.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A socióloga Lia
Pappámikail, em seu artigo intitulado <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Juventude(s),
autonomia e Sociologia: questionando conceitos a partir do debate acerca das
transições para a vida adult</i>a, menciona que diante dos vários sentidos
associados à juventude, ainda é permanente a ideia de que “o jovem é alguém
inacabado, em processo de construção ou em devir. Este fato imprime a esta fase
de vida um incontornável caráter transitório e ambíguo que tornou desde sempre,
a sua análise conceitualmente complexa (...)”. (PAPPÁMIKAIL, 2010, p.399).<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A discussão levantada
pela socióloga aponta para vários temas que emergem nos debates a respeito das
juventudes, mas um dos fatores que ganha foco e que podemos associar aos
debates que envolvem as dimensões do reconhecimento é o processo de transição
que ocorre entre as categorias jovem e adulto. Quando Pappámikail coloca que o
jovem é um sujeito em processo de construção, refere-se também a condição de
construir uma determinada identidade, construção esta que acaba passando, em
determinada fase, pelo processo de se reconhecer e ser reconhecido em ou a
partir de algo. Pensar o processo de transição entre etapas da vida implica em
diversos arranjos, seja a partir do matrimônio, inserção no mercado de
trabalho, independência financeira, entre outros aspectos e categorias. Nesse
sentido, a reflexão que é posta em pauta coloca em questão como jovens que
utilizam os serviços de acolhimento institucional se reconhecem enquanto
sujeitos e de que modo o ato de reconhecer-se implica na maneira como enxergam
as etapas de transição ao longo de suas trajetórias?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 36.0pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Referências: <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos
conflitos sociais. Tradução de Luiz Repa. São Paulo: Editora 34, 2009.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">PAPPÁMIKAIL, Lia. Juventude(s), autonomia e Sociologia:
questionando conceitos a partir do debate acerca das transições para a vida
adulta. Sociologia: Revista do Departamento de Sociologia da FLUP, Vol. XX,
2010, pág. 395-410.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p> </o:p></span></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-56778271508392836922023-05-08T15:15:00.003-07:002023-05-08T15:15:34.990-07:00 Burocracia, Discricionaridade e Violência simbólica no Discurso Jurídico<p> <i style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Por
Mariana Cavalcante Ouverney</span></i></p><p><i style="text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></i></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span> </span><span> </span><span> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: left;">Vicente Dubous, em seu livro</span><b style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: left;"> </b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: left;">Sujetos en la burocracia,</span><b style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: left;"> </b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: left;">realiza
uma etnografia nas Casas de Subsídios Familiares francesas (instituição
responsável por programas de transferência de renda), com o objetivo de
analisar os encontros burocráticos e a interação administrativa através do
atendimento ao público efetuado nessa instituição estatal. Ele define os
encontros burocráticos como uma situação de reconstrução de identidades através
das narrativas singulares dos indivíduos que procuram a instituição. Por outro
lado, a interação administrativa com a burocracia </span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: left;">street level</i><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: left;"> são
permeadas por um conjunto de regras que não estão escritas, mas que fundamentam
o funcionamento e bom desenvolvimento das atividades administrativas.</span></div><p class="Standard" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><br /></p><p class="Standard" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Lucida Sans";">os “usuários” não vêm somente em busca daquilo que
as instituições supostamente oferecem. Além da resolução dos seus problemas
administrativos, eles pedem conselhos, considerações, expressam seus
sofrimentos e seus ressentimentos. O trabalho da burocracia de nível de rua
[street-level bureaucrats] nunca é exclusivamente burocrático: <a name="tw-target-text"></a>pode envolver desde assistência moral personalizada e
até confronto direto (DUBOIS, 2020, p.21-22, tradução nossa).</span><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">Nessa perspectiva, ganha destaque a atuação da chamada burocracia <i>street
level</i></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;"> </span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">ou burocracia “de nível de rua” expressão que se refere aos </span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">funcionários</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;"> que interagem diretamente com os cidadãos através dos seus serviços
públicos</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">. </span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">Sendo assim, a interação “face a face” ou mesmo de alguma forma síncrona
(se pensarmos na mediação tecnológica) proporciona a esses funcionários
públicos tomarem algumas decisões com certa margem de discricionariedade</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">, baseadas em suas
moralidades individuais e coletivas. Esses são os chamados </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">“jogos burocráticos” (DUBOUS,
2019), os quais possibilitam que as interpretações discricionárias dos fatos e
as decisões em casos concretos proporcionem a atualização e adequação do que
está na lei. Sendo assim,</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;"> essas relações burocráticas não são weberianas no sentido estritamente
racional-legal, ao contrário, são permeadas por agências de ambos os lados,
porém de maneira desproporcional, visto que é o agente que possui o poder
estatal e quem em geral pode escolher como vai adequar os casos reais à norma
(discricionaridade), o que dá margem para a violência simbólica do Estado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Sobre o conceito de violência simbólica:</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="margin-left: 4.0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">É enquanto
instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e de conhecimento que
os “sistemas simbólicos” cumprem a sua função política de instrumento de
imposição ou de legitimação da dominação, que contribuem para assegurar a
dominação de uma classe sobre outra (violência simbólica) dando o reforço da
sua própria força às relações de força que as fundamentam e contribuindo assim,
segundo a expressão de Weber, para a “domesticação dos domesticados”.
(BOURDIEU, 1989, p.11)<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">De acordo
com Bourdieu (1989, p. 14), o poder simbólico permite alcançar o equivalente ao
que é obtido pela força física ou econômica, porém seu poder de persuasão
reside em seu caráter eufemizador que transfigura o arbitrário para uma crença
que oferece legitimidade a determinado discurso/ visão de mundo. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao analisar o discurso jurídico de
acordo nessa perspectiva, Bourdieu (1989, p.211) chama a atenção para o fato de
que para entender o <i>corpus</i> jurídico, não podemos cair em sua
autopropaganda de funcionamento específico, independente constrangimentos
externos. Ao contrário, devemos atentar para o fato de que as práticas e
discursos jurídicos estão estruturados num contexto social mais amplo de relações
de forças específicas que vão orientar o seu funcionamento em relação conflitos
históricos que devem interpretar; os quais, por outro lado, também podem ficar
delimitados dentro da lógica interna das soluções jurídicas que se prendem à
racionalidade e autoridade da norma, mas que inevitavelmente possui uma
mutabilidade histórica. Nesse aspecto, ganha preponderância a necessidade de
uma <i>linguagem jurídica </i>especializada, pois há uma concorrência pelo
monopólio do direito dizer o direito: “agentes investidos de competência ao
mesmo tempo social e técnica que consiste essencialmente na capacidade
reconhecida de interpretar (de maneira mais ou menos livre ou autorizada) um <i>corpus</i>
de textos que consagram a visão legítima, justa, do mundo social” (BOURDIEU,
1989, p.212). Assim, para o autor, a organização hierárquica da Justiça, em
instâncias judiciais, normas e interpretação das decisões, é capaz de criar uma
coesão disciplinada para o <i>habitus</i></span><a href="file:///C:/Users/marco/Downloads/Burocracia,%20discricionaridade%20e%20viol%C3%AAncia%20simb%C3%B3lica%20no%20discurso%20jur%C3%ADdico.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="ncoradanotaderodap"><i><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-font-kerning: 0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="ncoradanotaderodap"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: HI; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: ZH-CN; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></span></span></i></span></a><i><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;"> </span></i><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">jurídico de
interpretação dos procedimentos codificados de resolução de conflitos. Desta
forma, é estabelecida uma fronteira entre duas visões de mundo: a visão dos
leigos e a visão daqueles que possuem a competência jurídica, estabelecendo-se
assim uma relação de poder, expressa sobretudo em matéria de linguagem jurídica,
produzindo portanto, uma violência simbólica. <o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;"><o:p> </o:p></span><b><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Referências</span></b></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="Standard" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">BOURDIEU, Pierre<b>. O Poder Simbólico.</b> Rio de Janeiro: Editora
Bertrand, 1989.</span><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">BOURDIEU, Pierre. <b>A Economia das Trocas
Simbólicas.</b> São Paulo: Perspectiva, 1992.</span><o:p></o:p></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 0pt;">DUBOIS, Vincent. Políticas no guichê, políticas do guichê. <i>In:</i> <b>Implementando
desigualdades: </b>reprodução de desigualdades na implementação de políticas
públicas. PIRES, Roberto Rocha C. (org.). Rio de Janeiro: Ipea, 2019. p.105-125.<o:p></o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="Standard" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">DUBOIS,
Vincent. <b>Sujetos en la burocracia:</b> Relación administrativa y tratamiento
de la pobreza. Santiago de Chile: </span>Universidad Alberto Hurtado, 2020.<o:p></o:p></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;"><a href="file:///C:/Users/marco/Downloads/Burocracia,%20discricionaridade%20e%20viol%C3%AAncia%20simb%C3%B3lica%20no%20discurso%20jur%C3%ADdico.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="Caracteresdenotaderodap"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="Caracteresdenotaderodap"><span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 10.0pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-bidi-font-family: "Lucida Sans"; mso-bidi-language: HI; mso-fareast-font-family: NSimSun; mso-fareast-language: ZH-CN;"> Sobre o conceito de <i>habitus</i> de Bourdieu: “Pensar a relação entre
indivíduo e sociedade com base na categoria habitus implica afirmar que o
individual, o pessoal e o subjetivo são simultaneamente sociais e coletivamente
orquestrados. O habitus é uma subjetividade socializada” (BOURDIEU, 1992, p.
101).</span><o:p></o:p></p>
</div>
</div>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-62976699606985999562023-05-08T05:42:00.004-07:002023-05-08T15:17:15.321-07:00 Juventudes, Igrejas e Política na Periferia. Aportes Iniciais de Pesquisa<p>Por <i><u>Florival de Souza Filho</u></i></p><p><br /></p><p>Resenha: <b>“Povo de Deus. Quem são os evangélicos e por que eles importam”</b>. Spyer, Juliano. São Paulo: Geração Editorial, 2020.</p><p></p><p>Ao iniciar o texto com a expressão “o elefante na sala”, SPYER (2020) levanta uma discussão sobre o fenômeno de massas que considera o mais importante ocorrido no Brasil nas últimas décadas, ou seja, o crescimento do número de igrejas e fieis evangélicos que, nos anos 1970 chegava apenas a 5% dos brasileiros e atualmente é um terço da população adulta do país, e, na próxima década, superará o número de católicos.</p><p>Nesse sentido, a pesquisa, adentra por vários debates como, o trânsito religioso, simbolismo, grupos étnicos (negros) excluídos, que ao converterem-se ao protestantismo passaram a ascender na sociedade e nas estruturas de Estado, proporcionado pelas igrejas evangélicas, estimulando a disciplina pessoal, a resiliência, o empreendedorismo, as redes de ajuda, a instrução profissional, o empoderamento dos fiéis, fazendo surgir uma nova classe média no Brasil.</p><p>O texto, mostra à sociedade e estudiosos os efeitos desse fenômeno, evidencia a importância da igreja evangélica na melhoria das condições de vida do fiel, - fim do alcoolismo, diminuição da violência doméstica, fortalecimento da autoestima, investimento em educação e saúde - mostrando que as mesmas desempenham funções de Estado, Poder Público, desde o século 20, quando da migração principalmente de nordestinos para as regiões sul e sudeste do Brasil, sendo providos pelo conforto emocional, financeiro, empregatício, saúde, advocacia.</p><p>A igreja evangélica, segundo SPYER (2020), produz uma alternativa de vida para jovens que não trabalham, envolvem-se com o crime, chamando a atenção para um debate que precisa ser aprofundado e compreendido, visto que alastra-se por todas as camadas e classes sociais brasileiras, adentrando com forte expressividade no mundo da política, onde a moral, a ética, os valores evangélicos, sejam estes, conservadores ou não, elegem um vultoso número de políticos, membros ou simpatizantes que formam as forças político-grupais como as bancadas da bala, bancada do boi, apoiadoras das políticas de direita e extrema-direita no Congresso Nacional, Estados e Municípios e que ajudaram a eleger em 2018 o representante desses segmento extremistas, o então candidato Jair M. Bolsonaro.</p><p>Por outro lado, essa visão política, não é totalizante no meio evangélico, visto que muitos eleitores negros e pobres, vêm-na como uma forma de fortalecer a repressão policial sobre suas comunidades e colocam que nem todos os políticos, membros das bancadas evangélicas, da bala, do boi, falam pela totalidade da comunidade evangélica nacional.</p><p>Seguindo a linha de raciocínio acima, estudiosos chamam a atenção sobre o fato das pesquisas academicas, negligenciarem ou simplesmente falarem mal das igrejas, devido ao fato de a mídia, veicular fortemente sua vinculação com o conservadorismo moral, a intolerância religiosa, (principalmente contra as religiões de matriz africana) vendo nesse comportamento um erro de análise, porque as igrejas, exercem nos territórios menos favorecidos pelas políticas públicas, funções que são devidas ao Estado, e este, por negligência e discriminação, seja social, financeira, racial... não se faz presente.</p><p>SPYER (2020), mostra que as igrejas evangélicas têm um lado positivo, muito forte na visão das famílias das periferias no tocante à solidariedade, empoderamento popular, meios que possibilitam o fim da violência doméstica, educação, saúde, redes de relacionamento com os staffs políticos e empresariais. E além de tudo isso é preciso colocar, que é um grave erro, associar a população negra, pobre e periférica somente às religiões de matriz africana, pois as estatísticas colocam que a maioria dos pretos e pardos, são membros das igrejas evangélicas.</p><p>Segundo SPYER (2020), a história do protestantismo é marcada por situações de reação das camadas mais pobres da sociedade contra as elites religiosas e seu domínio político na relação dos fiéis com Deus. No século 16, essa oposição fez-se contra o monopólio católico, mostrando assim que o comportamento de resistência é parte central desse segmento religioso que no Brasil, rompeu com o catolicismo, logo após a independência.</p><p>SPYER (2020), coloca que para além de tantos fatores entrementes ao universo evangélico, está a faixa etária dos fiéis, visto que os católicos são mais populares entre as pessoas com 40 ou mais anos de idade, os evangélicos, principalmente os pentecostais, atraem mais crianças e adolescentes e do ponto de vista da cor da pele, 60% declaram-se negros que são vistos pelo conservadorismo moral como incapazes, ou seja, uma pauta nociva à sociedade.</p><p>Por outro lado, percebe-se que o protestantismo prospera, aparecendo novas igrejas, principalmente nas periferias e favelas urbanas, onde competem por territórios. Mas é necessário anotar que as igrejas também desenvolvem funções relacionadas às questões da sexualidade e homoafetividade, tema não muito aceito, principalmente pelos segmentos mais tradicionais.</p><p>A sexualidade é trabalhada nos retiros, através de grupos de conselheiros que recrutam psicólogos para lidar com casais, principalmente de jovens que desejam se casar. No tocante à homoafetividade, foi a partir da metade do século 20 que teve-se na Europa e Estados Unidos da América, ordenação de pessoas LGBTQIA+ e, no Brasil, têm-se a expansão das igrejas Cristã Contemporânea e Comunidade Metropolitana que não discriminam a homoafetividade.</p><p>Outro fator importante, evidenciado no texto, é a Teologia da Prosperidade, que estimula o fiel a agir de forma empreendedora, colocando o sucesso como fruto do esforço individual do cidadão evangélico que, assim agindo, incomoda com sua ambição, os mais ricos. No entanto essa prosperidade deve ser analisada cuidadosamente, visto que as igrejas, apresentam-na de forma simplificada para conquistar o fiel.</p><p>Para SPYER (2020), a questão política e a disputa eleitoral têm força e não-dialogar com este critério é quase decretar derrota. O autor ao analisar os processos eleitorais, cita o caso do Rio de Janeiro onde um candidato de esquerda ao projetar um sentimento de superioridade moral em relação aos pobres, exigiu em debate que seu adversário (candidato evangélico), explicasse e justificasse sua candidatura, como também, deixou nas entrelinhas que ser evangélico torna a pessoa menos racional, sendo esse, um dos fatores para a derrota do candidato de esquerda.</p><p>Nesse sentido, explica SPYER (2020), a eleição de 2018, apresentou ao país, a força do voto evangélico, configurado em aproximadamente 31 milhões de eleitores com 21milhões destes, votando no candidato Jair M. Bolsonaro, ou seja, na extrema-direita e 10 milhões que votaram na esquerda. Segundo SPYER (2020), o Instituto Vox Populi, pronunciou que a parcela feminina evangélica decidiu a eleição a favor de Bolsonaro, diante da pressão que recebeu da igreja e dos familiares.</p><p>Um outro importante dado, diz respeito a aproximação entre as igrejas e seus líderes com a política partidária, construída ao longo dos anos antes da eleição. SPYER (2020), chega a afirmar que não é possível entender o Brasil contemporâneo sem levar em consideração os evangélicos pentecostais e neopentecostais.</p><p>A força e a influência desse grupo no Brasil tem a ver com seu tamanho, capacidade de articulação e coordenação, infraestrutura midiática e com o poder dos seus líderes, ou seja, a atual realidade política, econômica e social brasileira, não pode abrir mão da força dos evangélicos, visto que as igrejas têm marcado sua posição na sociedade e lograram êxito, principalmente político-econômico, ao longo das últimas décadas.</p><p><br /></p><p>Resenha: <b>A estigmatização territorial na idade da marginalidade avançada</b></p><p>Wacquant, Loïc. Parias urbains. Ghetto, banlieues, État (Paris: La Découverte, 2006). Tradução original em francês de Regina Guimarães. Revisão científica de Virgílio Borges Pereira</p><p></p><p>Em sua abordagem sobre a problemática da fixação e estigmatização territoriais do operariado, Wacquant, (2006) ressalta que as áreas habitadas - conjuntos habitacionais - pelo operariado, são vistas de forma marginalizada, ou seja, territórios isolados (periféricos), discriminados como lugares onde apenas os menos privilegiados da sociedade vivem, denominados de “baldios urbanos” na cidade pós-industrial que com todo avanço da tecnologia, tem como política, a exclusão dos trabalhadores, legando-os a sobreviverem nos territórios menos assistidos e discriminados pelo Estado e sociedade.</p><p>Wacquant, (2006), coloca que a fixação ou a permanência desses grupos na tecitura urbana, fortalecem o preconceito, a discriminação, pois são vistos como aqueles que trazem consigo uma ameaça aos espaços urbanos. Esse preconceito, descrença, vêm de todas classes sociais, profissões, da política, burocracia e mesmo da ciência que termina colocando, pobres, grupos étnicos, imigrantes, na condição de vítimas da discriminação.</p><p>Ao citar a classificação dos estigmas feita por Goffman (1963: 4-5), o autor cita que entre as marcas da estigmatização como, “raça, nação e religião”, é no tocante à religião em que o estigma territorial se aparenta mais expressivo e contaminante via linhagem familiar, afirmando que nas metrópoles, esses conjuntos habitacionais localizados nesses territórios são conhecidos como “infernos urbanos” que concentram o perigo, o vício e o abandono, e são declarados como espaços que afligem a cidade dualizada.</p><p>Wacquant, (2006), dirá que a crença preconceituosa sobre esses lugares, ocupados majoritariamente por pessoas pobres é o bastante para firmar consequências nocivas sobre a estrutura das relações cotidianas nesses espaços, mostrando quão difícil é sobreviver em um gueto proletário (periferia de Paris) onde as pessoas sentem-se culpadas, envergonhadas, dissimulam seu local de moradia e evitam receber visitas para não macularem as imagens de si próprias.</p><p>Ainda sobre a problemática territorial, Wacquant, (2006), mostra um caso aparente que acontece com os habitantes do gueto de Chicago ao negarem seu pertencimento à micro-sociedade do bairro, esforçando-se para distanciar-se da relação com o lugar e a população, vista de forma preconceituosa pela mídia, pela política e ciência que, constantemente lhes põe uma imagem humilhante.</p><p>Ao focar sobre os efeitos da estigmatização territorial, Wacquant, (2006), dirá que esses estigmas são sentidos no âmbito das políticas públicas, visto que há lugares que não são assistidos pelo Estado, sendo vistos como zona de “não-direito”, tornando-se fácil para as autoridades, marginalizar esses espaços e seus habitantes em uma aliança entre o mercado e a mídia que não se preocupam com o destino dos ocupantes desses espaços.</p><p>Ao discutir a alienação espacial e a dissolução do lugar, Wacquant, (2006), coloca que a estigmatização territorial é a dissolução do lugar, a perda de um quadro humanizado, culturalmente, mostrando que nos anos 1960, o gueto negro americano era ainda um “sítio” no sentido de lugar, coletivamente habitável, urbanamente humanizado e identificado pelos através do idioma e controle coletivo.</p><p>Segundo Wacquant, (2006), esse espaço, deixou de servir como proteção contra a insegurança, a dominação branca e as pressões do mundo exterior que, o autor vê, como um campo de batalha no seio do qual reina a competição entre vários agentes públicos e privados.</p><p>Wacquant, (2006), mostra, ao falar sobre os bairros pobres dos princípios da era fordista que, estes se configuravam como «casebres de esperança», tornando-se na idade do capitalismo desregrado “bairros de lata do desespero” da periferia urbana latino-americana com suas populações dispersas e díspares, cativas da marginalização social e espacial – “novos pobres, excluídos, underclass, jovens dos subúrbios”, e a trindade dos “sem” (sem trabalho, sem teto, sem papéis») – traduzindo bem o estado de desregulamento simbólico no qual se encontram as franjas e as fissuras da estrutura social e urbana (WACQUANT, 2006. p. 34).</p><p>Nesse sentido, Wacquant, (2006), mostra que há uma união política nos centros urbanos, entre os poderes constituídos públicos e privados que direcionam sobre os territórios ou espaços de moradia dos grupos étnicos menos favorecidos uma espécie de política de exclusão e marginalização que lhes afetam as possibilidades de ocupação (trabalho, educação, empregabilidade) e quebra da identificação com os espaços outrora conquistados e construídos para serem seus lócus de sobrevivência.</p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-63132333841951799942023-01-30T02:48:00.008-08:002023-01-31T05:20:22.739-08:00JUVENTUDES, POLÍTICAS PÚBLICAS E SISTEMAS DE JUSTIÇA <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6g6bVBMTRAdBrZqhBWzi3jLkA85POetKVs-bM5blNiGPSrNILD6r124Hce60OgcBjJVpOnBt3sK28AubvOr7dueGw0j2RVLKKTjatfPCrHpP8SNA64lLxhiRiH1XJATQNVLYEAt0qjXBqaNOqHopnBOHgcpyRn_7FZH66ecg7SqJ1WxwIWN85kZaZ/s1280/Seminario%20sessao3.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="378" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6g6bVBMTRAdBrZqhBWzi3jLkA85POetKVs-bM5blNiGPSrNILD6r124Hce60OgcBjJVpOnBt3sK28AubvOr7dueGw0j2RVLKKTjatfPCrHpP8SNA64lLxhiRiH1XJATQNVLYEAt0qjXBqaNOqHopnBOHgcpyRn_7FZH66ecg7SqJ1WxwIWN85kZaZ/w672-h378/Seminario%20sessao3.jpg" width="672" /></a></div><br /><p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: center;"><b style="font-size: 13.524px;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"><br /></span></b></p><p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: center;"><b style="font-size: 13.524px;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"><br /></span></b></p><p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: center;"><b style="font-size: 13.524px;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"><br /></span></b></p><p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: center;"><b style="font-size: 13.524px;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">TERCEIRA SESSÃO</span></b></p><p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: center;"><b style="font-size: 13.524px;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Data 31/01/2023 e Horário 10h BR e 13h PT</span></b></p><p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: center;"><b style="font-size: 13.524px;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Live pelo endereço: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=Q8M6uxjGPdQ">https://www.youtube.com/watch?v=Q8M6uxjGPdQ</a></span></b></p><p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: center;"><b style="font-size: 13.524px;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"><br /></span></b></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"><br /></span></b></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Debatedoras </span></b><b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></b></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Maria João Leote de Carvalho <o:p></o:p></span></i></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Élida Braga</span></i><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><br /></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">“JUVENTUDE VIVA?” A juventude negra brasileira entre o genocídio e o encarceramento em massa </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Lucas Vieira Santos Silva</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> - Doutorando em Sociologia PPGS/UFS. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Objetivo é de demostrar como se constituiu historicamente o sistema de justiça aplicado à juventude no Brasil, demonstrando como o racismo foi um elemento importante na constituição desse sistema e, consequentemente, no modo desigual de aplicação da punição para às juventudes de nosso país. Por fim, faço uma breve análise das políticas públicas aplicada a juventude durante o período do governo petista e o impacto de tais política na dinâmica dessa relação. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Jovens, estrutura das oportunidades e equívocos conceptuais na construção de políticas públicas para o segmento juvenil em Cabo Verde </span></b></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Redy Wilson Andrade Duarte Lima</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> - Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais, Cabo Verde e CICS.NOVA.FCSH, Doutorando em Estudos Urbanos </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Entre os anos de 2007 e 2018, 56,1% dos crimes participados à polícia tinham como autores jovens dos 16 aos 30 anos e a idade média da população carcerária em 2018 era de 32 anos. Estes números suportam o discurso institucional e de vários quadrantes da sociedade civil que toma os jovens como um problema social e por isso, alvo de um conjunto de medidas políticas com vista à sua domesticação. Esta comunicação tem como objetivo discutir os mecanismos de mobilização e adesão dos jovens nos gangues de rua e do narcotráfico, bem como apontar os equívocos conceptuais na construção das políticas públicas no setor da juventude e da segurança pública<b>. </b></span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"><br /></span></b></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">One size does (not) fit all: a importância de uma intervenção responsiva ao género no sistema de justiça (juvenil)</span></b></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Vera Duarte</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> – Investigadora do CICS.NOVA – Pólo de Braga e Professora Auxiliar na Universidade da Maia - ISMAI<o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif;">As discussões em torno da importância de uma intervenção responsiva ao género no sistema de justiça juvenil português, ainda que não sejam propriamente novas, são recentes e ainda com pouca expressão na investigação, na política e na intervenção, ao contrário do que acontece no contexto internacional, onde este diálogo tem sido feito a par de uma investigação que tem procurado demonstrar as idiossincrasias femininas nas expressões da transgressão. O objetivo desta comunicação é, neste sentido, refletir, a partir dos resultados de um projeto de investigação desenvolvido em parceria com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, a importância de uma intervenção responsiva ao género no sistema de justiça (juvenil), problematizando a falta de consenso na resposta à questão: será que as diferenças de género justificam a utilização de avaliações de risco, instrumentos e intervenções diferenciadas?<b><o:p></o:p></b></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><br /></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Sistema de justiça e políticas públicas: uma leitura a partir da criminologia crítica brasileira </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">João Víctor Pinto Santana</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> - Doutorando em Sociologia PPGS/UFS </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13.524px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif;">Atualmente, há uma crescente demanda pelo aumento do poder punitivo do Estado e este clamor social acaba atingindo significativa parcela da(s) juventude(s). Na América Latina tal cenário não é diferente. Partindo da realidade social brasileira, se faz necessário realizar um debate sobre o sistema de justiça, especialmente em relação às políticas públicas antipunitivistas (como é o caso da justiça restaurativa). Nesta perspectiva, o nosso ponto de partida é a compreensão da criminologia crítica como uma importante ferramenta de resistência ao punitivismo, através de uma leitura articulada entre projeções político-criminais e os anseios sociais dos movimentos de proteção de direitos humanos. </span></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-64304345220146117162022-11-02T14:25:00.003-07:002022-11-05T14:56:09.791-07:00Mesa Redonda Juventudes, Ativismos e Estetização<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgBg6RZbjb305NRjRlzISCPpW8SikEXCZg0O_F21AkPkPYJi9xuA-UBViJrWRc7f_8iR_CS5dqaurhbpfP0xTSLU-flJS6WIbEoOqpd0lncGrxYkvET8ELTk1pJ4eI1LTa622KMqsIca0xhpz-B3RzZlbpMoOH5SifhGfBibqTG1xCdphjbCoCRQgES" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="354" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgBg6RZbjb305NRjRlzISCPpW8SikEXCZg0O_F21AkPkPYJi9xuA-UBViJrWRc7f_8iR_CS5dqaurhbpfP0xTSLU-flJS6WIbEoOqpd0lncGrxYkvET8ELTk1pJ4eI1LTa622KMqsIca0xhpz-B3RzZlbpMoOH5SifhGfBibqTG1xCdphjbCoCRQgES=w629-h354" width="629" /></a></div><br /> Link Público: <a href="https://youtu.be/lfrR9lwbn6M">https://youtu.be/lfrR9lwbn6M</a> <p></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-6425514264154945852022-09-30T05:20:00.021-07:002022-12-05T12:47:57.553-08:00SEMINÁRIO INTERNACIONAL JUVENTUDE(S) E CIDADANIA<p><span style="background-color: #cccccc;"><span style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;">Este primeiro </span><i style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;">Seminário Internacional Juventude(s) e Cidadania</i><span style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;"> promovido no âmbito da interlocução entre pesquisadores e estudantes de pós-graduação do CICS.NOVA, de Lisboa, e do GERTs/UFS, de Aracaju/SE, </span><span style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;">será realizado de forma remota (on-line) nos dia </span><b style="text-align: center;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">08/11/22 – 06/12/22 – 31/01/23 (10h
BR e 13h PT) </span></b><span style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;">e contará com três sessões atravessando os seguintes temas: Culturas Juvenis em tempos digitais; Juventudes, cidades e poder; e Juventudes, Políticas Públicas e Sistemas de Justiça. Logo traremos maiores informações sobre as participações e como assistir ao seminário.</span></span></p><p><span style="background-color: #cccccc;"><span style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt; text-align: justify;">Inscrições abertas: </span></span></p><p><span style="background-color: #cccccc;"><span style="font-family: "New serif", serif; text-align: justify;"><a href="https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/extensao/paginaListaPeriodosInscricoesAtividadesPublico.jsf">https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/extensao/paginaListaPeriodosInscricoesAtividadesPublico.jsf</a></span></span></p><p><b style="text-align: justify;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Coordenadores: </span></b></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="color: black; font-family: "New serif",serif; font-size: 14pt; mso-bidi-font-family: Calibri;">Frank Marcon</span></i><span lang="PT" style="color: black; font-family: "New serif",serif; font-size: 14pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"> (GERTs/UFS) e <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="color: black; font-family: "New serif",serif; font-size: 14pt; mso-bidi-font-family: Calibri;">Ricardo Campos</span></i><span lang="PT" style="color: black; font-family: "New serif",serif; font-size: 14pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"> (CICS.NOVA, NOVA FCSH)<b> </b></span><span face=""Calibri",sans-serif" lang="PT" style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "New serif",serif; font-size: 14pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"><b style="background-color: #cccccc;"><br /></b></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "New serif",serif; font-size: 14pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"><b style="background-color: #cccccc;"><br /></b></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "New serif", serif;"></span></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP_7LC1HOi1N66qxw-o4diLJdOd2WPyXZqxf5MY6LA4PBYfgLQxqUY_QM-9m3QEUDh1s_Fw1Q0E90mkDbTcSJfo7-_6ZXdj7pWehDDy07fN7Ba_bnKqmbRLfgBx72zcNEc3kX_N1Ab0Gyd0l44llwHatSDXEqIocMCVif1UDpTDSfykZCIVwT-j_dV/s1280/Inteiro.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="388" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP_7LC1HOi1N66qxw-o4diLJdOd2WPyXZqxf5MY6LA4PBYfgLQxqUY_QM-9m3QEUDh1s_Fw1Q0E90mkDbTcSJfo7-_6ZXdj7pWehDDy07fN7Ba_bnKqmbRLfgBx72zcNEc3kX_N1Ab0Gyd0l44llwHatSDXEqIocMCVif1UDpTDSfykZCIVwT-j_dV/w690-h388/Inteiro.jpg" width="690" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; font-size: 14pt; text-align: center;"><br /></div><p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">08/11/2022 - Sessão I </span></b><b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></b></span></p>
<p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b></p>
<p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 15pt;">CULTURAS
JUVENIS EM TEMPOS DIGITAIS</span></b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 15pt;"> </span><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Debatedores </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">José Alberto Simões<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Ricardo Campos</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><br /></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span style="background-color: transparent; font-size: 18.6667px; text-align: left;"><span style="font-family: New serif, serif;"><b>Link Público: <a href="https://youtu.be/Lw_cZ7doS3g " target="_blank">https://youtu.be/Lw_cZ7doS3g </a></b></span></span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Jovens (e) programadores(as): codando
novos horizontes? </span></b></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"><br /></span></i></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Gabriela Losekan</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> - Doutoranda
em Sociologia PPGS/UFS </span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Considerando a internet como cultura e artefato cultural e que os seus dispositivos tecnológicos são criados por pessoas, em contextos determinados e a partir de recursos específicos, propõe-se algumas reflexões sobre juventudes, trabalho e culturas digitais a partir das interações entre jovens programadores(as), observadas durante a Conferência Python Brasil 2021, um evento organizado anualmente por voluntários da comunidade da linguagem de programação Python no Brasil. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><br /></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">O meu, o seu e o nosso feminismo: uma
reflexão sobre o compartilhamento de experiências em canais feministas de
YouTube </span></b></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></i><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Juliana Rodrigues </span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">-
Doutoranda em Sociologia CICS.NOVA – Lisboa </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Na rede, os diversos feminismos assumem diferentes
roupagens e apelos de acordo com o emissor da mensagem e do ambiente de
mobilização. A presente comunicação propõe uma reflexão sobre as comunidades
formadas nos canais de youtubers feministas brasileiras. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><br /></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Cultura juvenil, carreira musical e
precariedades: o samba como um estilo de vida intergeracional </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Mateus Antonio de Almeida Neto</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> -
Doutorando em Sociologia PPGS/PPGS </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Este trabalho tem como objetivo fomentar o debate sobre
experiências musicais ligadas ao samba como um estilo de vida intergeracional
vivenciado por atores sociais que se consideram jovens e periféricos, e que
buscam por meio do estilo uma carreira alternativa com potencialidade de
empregabilidade e autonomia a contrapelo das relações de precariedades. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b></p>
<p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">06/12/2022 - Sessão II </span></b><b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></b></span></p>
<p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b></p>
<p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">JUVENTUDES, CIDADES E PODER </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Debatedores </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Frank Marcon<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Otávio Raposo</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: New serif, serif; font-size: 18.6667px;"><b>Acesse: https://www.youtube.com/live/cBoKclzd1PU?feature=share</b></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Juventudes, Musicalidades e
Sociabilidades nos Paredões de Pagode da Bahia </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Saionara S. Andrade dos Passos</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> -
Doutoranda em Sociologia PPGS/UFS </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Música e Sociabilidades em territórios marcados pela
precarização e pela violência. Reflexões sobre a problemática dos estilos de
vida, das práticas e das representações juvenis na atual cena cultural do
Recôncavo baiano, a luz da Sociologia das Juventudes. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Es Ca Ta Cre: fabulações
afrofuturistas do rap kriolu cantado por mulheres das periferias de Lisboa </span></b></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Gabriela Leal</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> - Doutoranda
em Estudos Urbanos. CICS/NOVA - Lisboa </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Percorrerei o percurso teórico-metodológico de minha
pesquisa de doutoramento, onde investigo a dimensão epistemológica da vida
urbana junto com rappers mulheres nas periferias de São Paulo e na Área
Metropolitana de Lisboa (AML). Irei me deter no segundo contexto para
apresentar resultados preliminares que traçam contornos das dimensões criativas
e epistemológicas do rap kriolu cantado por mulheres. As narrativas e saberes
produzidos por esta prática - simultaneamente urbana e estética - estão
imbricados em experiências afro-diaspóricas múltiplas e fundam espaços
transnacionais que fornecem ferramentas simbólicas, emocionais e sociais para
suas protagonistas (re)criarem e (re)imaginarem a experiência urbana nas
periferias da AML. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Juventude Evangélica, Política e
Território Periférico </span></b></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Florival José de Souza Filho</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> -
Doutorando em Sociologia PPGS/UFS </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Análise do processo de aproximação e inserção dos jovens
moradores de periferia ao universo religioso cristão-evangélico, situando o
território do bairro "Santa Maria", como lócus central da pesquisa em
andamento. Nesse sentido, busco apresentar as interfaces que conduzem os/as
jovens dessa periferia a tornarem-se membros ativos das Igrejas desse bairro e,
assim, participando dos eventos, cultos e demais ações institucionais
religiosas, formarem suas concepções políticas. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></span></p><p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"><b>31/01/2023 - Sessão
III</b></span><b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></b></span></p>
<p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b></p>
<p align="center" class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: center;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">JUVENTUDES, POLÍTICAS PÚBLICAS E
SISTEMAS DE JUSTIÇA </span></b><b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></b></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Debatedoras </span></b><b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></b></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><i><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Maria João Leote de Carvalho <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Élida Braga</span></i><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><br /></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">“JUVENTUDE VIVA?” A juventude negra
brasileira entre o genocídio e o encarceramento em massa </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Lucas Vieira Santos Silva</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> -
Doutorando em Sociologia PPGS/UFS. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Objetivo é de demostrar como se constituiu historicamente
o sistema de justiça aplicado à juventude no Brasil, demonstrando como o
racismo foi um elemento importante na constituição desse sistema e,
consequentemente, no modo desigual de aplicação da punição para às juventudes
de nosso país. Por fim, faço uma breve análise das políticas públicas aplicada
a juventude durante o período do governo petista e o impacto de tais política
na dinâmica dessa relação. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Jovens, estrutura das oportunidades e
equívocos conceptuais na construção de políticas públicas para o segmento
juvenil em Cabo Verde </span></b></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Redy Wilson Andrade Duarte Lima</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> -
Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais, Cabo Verde e
CICS.NOVA.FCSH, Doutorando em Estudos Urbanos </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Entre os anos de 2007 e 2018, 56,1% dos crimes
participados à polícia tinham como autores jovens dos 16 aos 30 anos e a idade
média da população carcerária em 2018 era de 32 anos. Estes números suportam o
discurso institucional e de vários quadrantes da sociedade civil que toma os
jovens como um problema social e por isso, alvo de um conjunto de medidas
políticas com vista à sua domesticação. Esta comunicação tem como objetivo
discutir os mecanismos de mobilização e adesão dos jovens nos gangues de rua e
do narcotráfico, bem como apontar os equívocos conceptuais na construção das
políticas públicas no setor da juventude e da segurança pública<b>. </b></span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"><br /></span></b></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><b><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">One size does (not) fit all: a importância de uma
intervenção responsiva ao género no sistema de justiça (juvenil)</span></b></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Vera Duarte</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> – Investigadora do CICS.NOVA – Pólo
de Braga e Professora Auxiliar na Universidade da Maia - ISMAI<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="background-color: #cccccc; font-family: "New serif", serif;">As discussões em torno da importância de uma intervenção
responsiva ao género no sistema de justiça juvenil português, ainda que não
sejam propriamente novas, são recentes e ainda com pouca expressão na
investigação, na política e na intervenção, ao contrário do que acontece no
contexto internacional, onde este diálogo tem sido feito a par de uma
investigação que tem procurado demonstrar as idiossincrasias femininas nas
expressões da transgressão. O objetivo desta comunicação é, neste sentido,
refletir, a partir dos resultados de um projeto de investigação desenvolvido em
parceria com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, a importância
de uma intervenção responsiva ao género no sistema de justiça (juvenil),
problematizando a falta de consenso na resposta à questão: será que as
diferenças de género justificam a utilização de avaliações de risco,
instrumentos e intervenções diferenciadas?<b> <o:p></o:p></b></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><br /></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;">Sistema de justiça e políticas
públicas: uma leitura a partir da criminologia crítica brasileira
</span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><b><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif; font-size: 14pt;"> </span></b><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT" style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">João Víctor Pinto Santana</span></i><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> -
Doutorando em Sociologia PPGS/UFS </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;"> </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="background-color: #cccccc;"><span lang="PT" style="font-family: "New serif", serif;">Atualmente, há uma crescente demanda pelo aumento do poder
punitivo do Estado e este clamor social acaba atingindo significativa parcela
da(s) juventude(s). Na América Latina tal cenário não é diferente. Partindo da
realidade social brasileira, se faz necessário realizar um debate sobre o
sistema de justiça, especialmente em relação às políticas públicas
antipunitivistas (como é o caso da justiça restaurativa). Nesta perspectiva, o
nosso ponto de partida é a compreensão da criminologia crítica como uma
importante ferramenta de resistência ao punitivismo, através de uma leitura
articulada entre projeções político-criminais e os anseios sociais dos
movimentos de proteção de direitos humanos. </span><span face="Calibri, sans-serif" lang="PT"><o:p></o:p></span></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span><span style="background-color: #cccccc; font-size: x-small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgifAm5EJeIKEDOCslTZfvFl5fnF0Gnn5xIAsqRL6yhTkteVtumKwDRYNZoSGNXVmqD56sSexcbmSA-allN9Z-2ue9tEy9JDLlP9O-PisYkPguvTpat6Ceh-nQ8owDRKoKrwLRCxnSOaa8p7urjyj-0yKjhTLAgDa4fcitPEjhs3iMD9P5KxJ6QqgP6/s716/WhatsApp%20Image%202022-09-30%20at%2014.14.47.jpeg" style="font-size: 18.6667px; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="630" data-original-width="716" height="395" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgifAm5EJeIKEDOCslTZfvFl5fnF0Gnn5xIAsqRL6yhTkteVtumKwDRYNZoSGNXVmqD56sSexcbmSA-allN9Z-2ue9tEy9JDLlP9O-PisYkPguvTpat6Ceh-nQ8owDRKoKrwLRCxnSOaa8p7urjyj-0yKjhTLAgDa4fcitPEjhs3iMD9P5KxJ6QqgP6/w448-h395/WhatsApp%20Image%202022-09-30%20at%2014.14.47.jpeg" width="448" /></a></span></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;"> Painel em frente ao Centro de Juventude Carabanchel - Madrid. </span><span style="font-size: x-small;"><span>Fotografia de Frank Marcon (2022)</span></span></div><span style="background-color: #cccccc;"><br /><b style="font-size: 14pt;"><br /></b></span><p></p><p class="yiv7260773656standard" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "New serif",serif; font-size: 14pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"><b style="background-color: #cccccc;"><br /></b></span></p><p class="yiv7260773656standard" style="background: white; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "New serif",serif; font-size: 14pt; mso-bidi-font-family: Calibri;"><b><br /></b></span></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-91339941280373886152022-09-30T04:56:00.001-07:002022-09-30T04:56:35.110-07:00Mesa Redonda Juventudes, Ativismos e Estetização<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgveiaGv0dA_KdrLisrsMzR71zzgvhV6lo6QKqBQgq01KgOXN03zDK5hJKZVF8fVCDlFM0JclpiuUtPw8Xd9tOztnq3dM16XWruoqU-cOOFBgDT_QcHe8VML4dtFE3lnWr-qzEAd1MPvqjIHQJ_qfjU1FMTrF_SloL8x-aGYJja3Xz_3c3bN9yJNNP/s1600/WhatsApp%20Image%202022-09-29%20at%2015.31.38.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="539" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgveiaGv0dA_KdrLisrsMzR71zzgvhV6lo6QKqBQgq01KgOXN03zDK5hJKZVF8fVCDlFM0JclpiuUtPw8Xd9tOztnq3dM16XWruoqU-cOOFBgDT_QcHe8VML4dtFE3lnWr-qzEAd1MPvqjIHQJ_qfjU1FMTrF_SloL8x-aGYJja3Xz_3c3bN9yJNNP/w539-h539/WhatsApp%20Image%202022-09-29%20at%2015.31.38.jpeg" width="539" /></a></div><br /> <p></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-54108927597240498432022-09-30T04:53:00.004-07:002022-09-30T04:53:27.574-07:00GT sobre Culturas Juvenis<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ59KTw9JryFbkIt4IRgi4VMJwD2KspUxZTbjbBa6rYnY5hO5rvxvPbIMPZYuEySQBRa7sz5cd-QAqXxFeO598u2vU2ZxO0vEjoysb8tpawviZYPXYOwx5A3o8LD0xepztyPpOPwl41s37iyAuJlWDu9Kdp0gUyrymb9F2kgz0FILScHyXUonA115U/s1280/WhatsApp%20Image%202022-09-27%20at%2017.16.48.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="557" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ59KTw9JryFbkIt4IRgi4VMJwD2KspUxZTbjbBa6rYnY5hO5rvxvPbIMPZYuEySQBRa7sz5cd-QAqXxFeO598u2vU2ZxO0vEjoysb8tpawviZYPXYOwx5A3o8LD0xepztyPpOPwl41s37iyAuJlWDu9Kdp0gUyrymb9F2kgz0FILScHyXUonA115U/w557-h557/WhatsApp%20Image%202022-09-27%20at%2017.16.48.jpeg" width="557" /></a></div><br /><p></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-15943576490829739722022-09-30T04:39:00.000-07:002022-09-30T04:39:00.299-07:00Grupo de Trabalho sobre Processos de Identificação e Desigualdade nas Relações Étnico-raciais, Intergeracionais e de Gênero<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9lkabOygbEiw-2WZZ5RaFVqzsxuUiQ3dbGp5FB-OeWQ8AVmzS1PMAUfroWykg1_AbCdNUoLx5gPPZF3QIIeBxQtrN71FyVvdbkCIEYusSIyf3oW10pUGRLKEhr0XWg-ynnMTbfpCBw2JLNAnfz8KHm9dqoKk8UElS938DDDu3c6uFMVnuUp5QUXvF/s1058/Template%20GT%202%20Final.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1058" data-original-width="595" height="785" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9lkabOygbEiw-2WZZ5RaFVqzsxuUiQ3dbGp5FB-OeWQ8AVmzS1PMAUfroWykg1_AbCdNUoLx5gPPZF3QIIeBxQtrN71FyVvdbkCIEYusSIyf3oW10pUGRLKEhr0XWg-ynnMTbfpCBw2JLNAnfz8KHm9dqoKk8UElS938DDDu3c6uFMVnuUp5QUXvF/w442-h785/Template%20GT%202%20Final.jpg" width="442" /></a></div><br /><p></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-25806822905437858212022-09-30T04:33:00.001-07:002022-09-30T04:33:29.228-07:00Políticas Públicas e Juventude: Desafios Contemporâneos e Perspectivas<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEMdONoNW1ESW-SG3BSn_j4hvt9v0aR67Qim5_Ir-fQWqkOQ8-YcOjvbCF29Bi5vOcFMyBdNLQj0e86y0SGlsPeSHvIojmtPDtaiLBZcPQfrYJiCNhNi4A6LXqJMfTyMDFVK_tbtKiDKwG7Hrkh-5QNLj6cRkoAV61_NTaYac7Fd4KuS_oPKDuAUfK/s1058/Template%20Mesa%20Redonda%201%20Final.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1058" data-original-width="595" height="677" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEMdONoNW1ESW-SG3BSn_j4hvt9v0aR67Qim5_Ir-fQWqkOQ8-YcOjvbCF29Bi5vOcFMyBdNLQj0e86y0SGlsPeSHvIojmtPDtaiLBZcPQfrYJiCNhNi4A6LXqJMfTyMDFVK_tbtKiDKwG7Hrkh-5QNLj6cRkoAV61_NTaYac7Fd4KuS_oPKDuAUfK/w381-h677/Template%20Mesa%20Redonda%201%20Final.jpg" width="381" /></a></div><p><br /></p><br /> <p></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-68613157107283577262022-05-16T13:11:00.004-07:002022-05-16T13:16:43.073-07:00Uma Cidade Muda Não Muda: Mulheres, Graffitis e Espaços Urbanos Hostis<p style="text-align: justify;">É o título da Tese de Doutorado em Sociologia de Erna Barros, que acaba de virar livro. Orientada pelo prof. Frank Marcon e defendida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) em 2020, o trabalho foi indicado como melhor Tese de Doutorado do PPGS no ano de 2020. </p><p style="text-align: justify;">O livro, "propõe uma leitura do graffiti enquanto fenômeno urbano em diálogo com a estrutura da cidade como espaço de disputas a partir de uma perspectiva de gênero. Busca contribuir para uma discussão sobre o transitar das mulheres pelo ambiente público “por sobre os ombros” de grafiteiras que ressignificam esses espaços, apoiadas na representação de entendimentos sobre uma cidade pensada e planejada segundo uma ideia de universalidade do humano, ou seja, uma perspectiva hegemônica do masculino em detrimento do feminino. Assim, o objetivo principal deste livro é a identificação dos espaços hostis à presença das mulheres no espaço público da cidade e a reflexão acerca da resistência das grafiteiras a esses espaços a partir da reivindicação de uma agência na cidade. Para isso, a metodologia utilizada foi a observação dos usos cotidianos e discursos de grafiteiras na Grande Aracaju-SE, por meio do registro fotográfico e fílmico de suas intervenções no ambiente urbano, percorrendo diferentes trajetos junto a elas, e também sozinha, a fim de compreender a prática do graffiti como ferramenta de representação, contestação e expressão feminina. Deparei-me durante esses trajetos com uma estrutura urbana que atende por uma lógica masculina de planejamento não sensível ao gênero, que impõe às mulheres um transitar cheio de limitações, que apresento neste livro por meio de Pranchas Fotográficas, dispostas em montagens das imagens colhidas em campo. A pesquisa teve como resultado a compreensão de que as grafiteiras ressignificam e transgridem diferentes espaços hostis às mulheres, guiadas por sentimentos de resistência e sororidade, por meio da reivindicação de uma agência estetizada e de dinâmicas particulares de diálogo e atuação na cidade". (Erna Barros) </p><p style="text-align: justify;">O livro está disponível gratuitamente pelo link <a href="https://editoracriacao.com.br/uma-cidade-muda-nao-muda-mulheres-graffitis-e-espacos-urbanos-hostis/">https://editoracriacao.com.br/uma-cidade-muda-nao-muda-mulheres-graffitis-e-espacos-urbanos-hostis/</a></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhRQk-wKnJ6Ec2UzJ51ucH9l1hloh6BM07ZUDgipjTAbyy9Lcv2FvFAHNHYqYpBd6wXx_pt_1RIx5bzS_Jpla368CRnRlmymjNVx6mJdvFYaNC2SLkoZ2btA186WMp1muCYqSQu51X7nrF5aaWftcy5wux7k1HZwF25xee5wufpw-FHseRu75IcRjgy" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1280" data-original-width="901" height="458" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhRQk-wKnJ6Ec2UzJ51ucH9l1hloh6BM07ZUDgipjTAbyy9Lcv2FvFAHNHYqYpBd6wXx_pt_1RIx5bzS_Jpla368CRnRlmymjNVx6mJdvFYaNC2SLkoZ2btA186WMp1muCYqSQu51X7nrF5aaWftcy5wux7k1HZwF25xee5wufpw-FHseRu75IcRjgy=w323-h458" width="323" /></a></div><br /><br /><p></p><p><br /></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-20362972421299847232022-05-12T11:26:00.003-07:002022-05-12T11:26:18.603-07:00Juventude e Sociedade<div style="text-align: justify;"><div>NOVAES, Regina. Juventude e sociedade: jogos de espelhos, sentimentos, percepções e demandas por direitos e políticas públicas. Sociologia Especial: ciência e vida, v. 1, n. 2, p. 6-15, 2007.</div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Resenha</b></div><div><br /></div><div>Por <i>Raiane Santos</i></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A autora do texto em questão, Regina Célia Reyes Novaes é uma antropóloga que tem dedicado seus estudos no campo das juventudes desde seu processo de formação. Regina contribui para o campo dos estudos sobre juventude a partir de múltiplas perspectivas, sobretudo sobre as políticas públicas para juventude em âmbito nacional.</div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O texto Juventude e sociedade: jogos de espelhos, sentimentos, percepções e demandas por direitos e políticas públicas, publicado em 2007, traz como ponto de partida a junção de eixos como o processo de globalização e o desenvolvimento de políticas públicas para a juventude a partir do âmago da sociedade contemporânea.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ainda que a categoria juventude não seja mencionada de forma plural, ao menos no que diz respeito especificamente a este texto, a autora ressalta a importância de reconhecer a universalidade por trás de tal categoria, pontuando que que existem diversos contextos históricos a serem considerados. Neste sentido, Novaes pontua que “ser jovem é viver uma contraditória convivência entre a subordinação à família e à sociedade e ao mesmo tempo, grandes expectativas de emancipação.” (p.1).</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O conceito de moratória social é mencionado no texto quando a autora associa a perspectiva das juventudes às diversas condições atribuídas como "pré-requisito" para a experiência juvenil. Tais atribuições podem ser postergadas dependendo da condição e posição socioeconômica dos jovens, pois, “em uma sociedade marcada por grandes distâncias sociais, são desiguais e diferentes as possibilidades de se viver a juventude como “moratória social”, tempo de preparação.” (p.1).</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A importância de não universalizar a categoria juventude dentro dos debates sociológicos vincula-se à necessidade de acessar realidades que atravessam a dimensão da faixa-etária. Para a antropóloga, a pergunta “onde você mora?” pode desencadear respostas fundamentais para a restrição e exclusão de jovens específicos. A autora chama este processo de “discriminação por endereço”, afetando principalmente o acesso aos âmbitos educacionais, campo de trabalho e espaços de lazer.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As categorias políticas públicas e juventude estão nitidamente conectados no texto, contudo, é importante mencionar que a autora parte, também, do pressuposto geracional para chegar até os quadros que atingem as juventudes a partir da globalização. Menciona-se que, “para além do aspecto biológico, e apesar dos abismos sociais existentes, ser jovem em um mesmo tempo histórico é viver uma experiência geracional comum.” (p.2). </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5hH7dnk4OEsApJ7EUPB9KYkXzQn-XkhA2A64ep2hX5lvdscuByo-V3qHBixz7aSjiOBifw-AwtbfgeSfTYcA5X-Yf8Mse4KwcYJ7OBZ960mNU6iMICJKSwoixPIJegXANufVSG596mi12qf6WsbO-ztc9fZxPR0goC4qwJtN0Ewqh-xQEg1UW8W1C/s4128/20190410_193123.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3096" data-original-width="4128" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5hH7dnk4OEsApJ7EUPB9KYkXzQn-XkhA2A64ep2hX5lvdscuByo-V3qHBixz7aSjiOBifw-AwtbfgeSfTYcA5X-Yf8Mse4KwcYJ7OBZ960mNU6iMICJKSwoixPIJegXANufVSG596mi12qf6WsbO-ztc9fZxPR0goC4qwJtN0Ewqh-xQEg1UW8W1C/w400-h300/20190410_193123.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: roboto, sans-serif; text-align: start;"><span style="font-size: xx-small;"><br /></span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="background-color: white; font-family: roboto, sans-serif; text-align: start;"><span style="font-size: xx-small;">Cloud Gate - Millennium Park - Chicago - Fotografia de Frank Marcon - 2019</span></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É importante notar que a autora faz um comparativo a partir do campo geracional, situando a similaridade de jovens que vivem em um mesmo tempo social” para acessar as condições no campo do econômico, assim, pontua: Os jovens do século XXI, que vivem em um mundo que conjuga um acelerado processo de globalização e múltiplas desigualdades sociais, compartilham uma experiência geracional historicamente inédita. Para além das evidentes distâncias sociais que os separam, os jovens de hoje vivem em um momento no qual a tensão local-global se manifesta no mundo de maneira contundente. Nunca houve tanta integração globalizada e ao mesmo tempo, nunca foram tão agudos os processos de exclusão e profundos os sentimentos de desconexão. (2007, p.2) </div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dentro da concepção moderna de juventude, a entrada no âmbito escolar era considerada inerente dentro do processo de transição para a maturidade, contudo, atualmente nota-se que ocorre o inverso e tal fato retrata-se a partir do momento em que ““estar na escola” passou a definir a condição juvenil”. (p.3). Ainda que a “moratória social” seja experienciada por jovens de classes sociais específicas, pensar a relação entre juventude e trabalho é compartilhar antes de tudo a condição geracional, a relação do estar num mesmo tempo social. Isso porque, jovens de diversas classes sociais demonstram medo e insegurança com relação ao campo de trabalho em consequência do processo de globalização. Este sentimento conecta os jovens através da “consciência de que sua geração está submetida às rápidas</div><div style="text-align: justify;">transformações tecnológicas no mundo do trabalho.” (p.3). </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;">Diversos autores discutem a relação entre juventude e trabalho numa perspectiva de realização humana. A antropóloga Regina Novaes aponta críticas a este cenário pelo fato de que o senso comum ainda associa o sentimento de realização plena a partir da inserção no mercado de trabalho. É um fato que a condição de trabalho gera possibilidades de emancipação, porém, as condições em que os jovens são inseridos com o discurso de estabilidade e conquista de emancipação financeira precisam ser discutidas a partir de realidades plurais. Embora a questão geracional seja pontuada a partir da ótica da globalização, em que os jovens estão adquirindo experiências similares no quesito tempo social, os abismos sociais são mencionados frequentemente no texto. “De certa forma, ser jovem é ser suspeito”, Novaes pondera sobre a realidade protagonizada pelos jovens na contemporaneidade, todavia, o ser suspeito é estigmatizado por fatores como raça, classe e gênero. Todas estas condições estão presentes na sociedade no geral, entretanto, tais vertentes são evidenciadas diante do alto índice de violência urbana.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O “medo de sobrar", como a autora menciona, permeia principalmente os espaços em que as vulnerabilidades são ainda mais expostas. Concomitante a isto, a autora pondera que, [...] para se contrapor ao precoce “medo de morrer” de maneira violenta que tem lugar entre os jovens de hoje, políticas públicas devem se desenvolver com o objetivo de assegurar-lhes o direito à vida segura. Para tanto, não deve haver uma hierarquização e/ou uma cisão entre políticas de inclusão social e políticas específicas de enfrentamento e prevenção à violência. Isto porque há uma interdependência entre os processos de exclusão social que atingem diferentes segmentos juvenis e os mecanismos sociais detonadores de atos e atitudes de violência física e simbólica. (2007, p.6)</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para adentrar na discussão entre jovens como sujeitos de direitos, a autora menciona que a partir de um processo de criação de direitos, outros direitos são condicionados gerando uma dinâmica em que a consolidação de uma necessidade/direito abre espaço para outros. Três tipos de gerações são mencionados para demonstrar que a consolidação de direitos, bem como a luta por estes precisam ser constantes, pois um processo leva ao outro. A primeira geração foi marcada pela consagração dos direitos civis e políticos, a segunda tem a marca dos grupos sociais que acentuou a emergência de novos direitos, e a terceira geração, sendo interconectada às demais, carrega a consagração dos direitos difusos. De acordo com Novaes, esta terceira geração “teve amplas consequências sociais.” (p.8).</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para atravessar o debate sobre políticas na era contemporânea, a antropóloga ressalta que na modernidade a busca por direitos ocorria de maneira individual, enquanto na perspectiva contemporânea, temos a predominância do “reconhecimento e valorização das diferenças e das identidades coletivas''. (p.8). A concepção de direitos difusos a qual a autora pontua como terceira geração remete a teoria do reconhecimento, sobretudo por entender que “os direitos da juventude podem ser vistos como uma nova intersecção entre direitos de cidadania (civis, sociais e difusos)” (p.8), podendo, assim, ser visualizada com eixos que se conecta em prol de uma política de redistribuição.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tanto para o reconhecimento quanto para fortalecer a categoria “juventude como sujeito de direitos”, a autora pontua que é imprescindível que os âmbitos nacional e internacional dispensem o diálogo conjunto a respeito desses grupos (juventudes), uma vez que “as principais transformações que atingem os jovens também escapam ao nível de decisões nacionais (transformações no mundo do trabalho, narcotráfico mundial, indústria bélica)(...).” (p.9). </div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pensar o “jovem como sujeito de direitos” diz respeito, também, à particularidade de cada um, sem a ideia de exclusão dos “direitos difusos”. A experiência que cada indivíduo e/ou grupo adquire no processo de desenvolvimento fomenta as possibilidades de engajamento social, e, por consequência, amplia a conexão solidária da coletividade a partir de experiências similares. Respeitar as especificidades e considerá-las é um passo fundamental para o desenvolvimento e ampliação de políticas públicas para as juventudes, uma vez que “a juventude não só refletirá a sociedade, mas está desafiada a reinventá-la." (p.9).</div></div>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-81866770346472270972022-04-25T05:30:00.005-07:002022-04-25T05:30:50.390-07:00Cultura e Representação<p style="text-align: left;"><span style="text-align: justify;">Resenha do </span><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Capítulo 1, do livro:</span></span></p><p style="text-align: left;"><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-weight: bold;"><br /></span></span></p><p style="text-align: left;"><span style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; font-weight: bold;"> HALL</span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">, Stuart. Cultura
e representação. Organização e Revisão Técnica: Arthur Ituassu; Tradução:
Daniel Miranda e William Oliveira. – Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri,
2016. ISBN (Apicuri): 978-85-8317-048-8</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Por<i> Florival José de Souza Filho</i></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Segundo Hall
(2016), a “questão da representação” é vista como a prática central que produz
a cultura e momento-chave do que tem sido chamado de “circuito de cultura”.
Nesse sentido, levanta questões como: o que representação tem a ver com
cultura? Qual conexão existe entre representação e cultura?</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Para Hall (2016), cultura
diz respeito a significados compartilhados, sendo a linguagem, o meio através
do qual damos sentido às coisas, produzimos e intercambiamos significados,
valores, fundamentais para os sentidos e a cultura<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Os questionamentos
de Hall (2016) centram-se sobre como a linguagem constrói significados? Como
sustenta o diálogo? Como permite que uma cultura de significados compartilhados interprete o mundo de forma semelhante? Concluindo que suas indagações ocorrem
através de um sistema representacional que usa signos e símbolos (sonoros,
escritos, imagens eletrônicas, notas musicais) que representam, para os
indivíduos, seus conceitos. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Nesse sentido, a
linguagem, torna-se, para Hall (2016), um caminho pelo qual pensamentos, ideias e
sentimentos, são representados numa cultura, e se tornam essenciais aos processos pelos
quais os significados são produzidos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O exame
da “produção e circulação de sentido, por meio da linguagem” é o tema central
de sua análise, que tem a cultura como tudo o que seja característico sobre o
“modo de vida” de um povo, comunidade, nação ou grupo social.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A importância do
sentido para a definição de cultura, diz Hall (2016), encontra-se na “virada
cultural” das ciências humanas e sociais, nos estudos culturais e na sociologia
da cultura. Sendo assim, <i>cultura também diz respeito há um conjunto de
práticas, a produção e ao intercâmbio de sentidos e ao compartilhamento desses
significados entre os membros de um grupo ou sociedade</i>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A cultura, para
Hall (2016), se relaciona a sentimentos, a emoções, a um senso de pertencimento,
bem como a conceitos e ideias (a expressão do meu rosto que pode revelar algo
sobre minha identidade); o que estou sentindo (emoções); e a qual grupo sinto-me
pertencente (pertencimento). E os significados culturais organizam e regulam
práticas sociais, influenciam nossa conduta e consequentemente geram efeitos
reais e práticas. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Hall (2016) afirma
que os participantes de uma cultura dão sentido aos indivíduos, objetos e
acontecimentos, demonstram que as coisas em si, raramente têm um significado
único, fixo e inalterável, ou seja: “uma pedra pode ser somente uma rocha, um
delimitador de fronteira ou uma escultura” dependendo do que ela significa para
os grupos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Os indivíduos,
segundo Hall (2016), dão sentidos a objetos, pessoas e eventos por meio de
paradigmas de interpretação que chegam a eles. Dão sentidos às coisas pelo modo
como as utilizam ou a integram em suas práticas cotidianas. Assim, o uso que
fazem de uma pilha de tijolos com argamassa, é que faz disso uma casa, e o que”
sentem, pensam ou dizem a respeito dessa casa, é o que a torna um lar. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A cultura, ao
permear toda a sociedade, diferencia o elemento humano na vida social daquilo
que é biologicamente direcionado, ressaltando o papel fundamental do domínio
simbólico no centro da vida em sociedade, ou seja, o <i>circuito da cultura</i>
indica que sentidos são de fato elaborados em diferentes áreas e perpassados
por vários processos e práticas denominadas por Hall (2016) de <i>circuito
cultural</i>. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Segundo Hall
(2016), o sentido nos permite cultivar a noção de nossa própria identidade, “quem
somos” e a “quem pertencemos”, e se relaciona, a questões do <i>como</i> a
cultura é usada para restringir ou manter a identidade dentro do grupo e sobre
a diferença entre grupos. O sentido é constantemente elaborado e compartilhado
em cada interação pessoal e social da qual fazemos parte, é o campo mais
privilegiado embora mais negligenciado da cultura e do significado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O sentido também é
produzido pelas mídias de massa, sistemas de comunicação global de tecnologia
complexa, que fazem os sentidos circularem entre diferentes culturas e, é sempre
criado quando nos expressamos por meio de objetos culturais, quando os
consumimos, fazemos usos ou nos apropriamos e investimos em tais objetos, valor
e significado, ou quando tecemos narrativas que reduzem a fantasia em torno
destes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Os sentidos, diz
Hall (2016), regulam e organizam nossas práticas e condutas, auxiliam no
estabelecimento de normas e convenções, na construção da identidade e na
demarcação das diferenças, na produção, consumo e regulação da conduta social,
ou seja, são os meios, onde o sentido se vê elaborado e perpassado, tendo como
primeiro elemento do <i>circuito da cultura</i>, a <i>linguagem.<o:p></o:p></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Para Hall (2016),
os indivíduos que compartilham a mesma cultura também convivem com conjuntos
de conceitos, imagens e ideias, que lhes permitem sentir, refletir e
interpretar o mundo de forma semelhante ao dividir os mesmos códigos culturais.
Assim, pensar e sentir são, em si mesmos, sistemas de representação nos quais conceitos, imagens e emoções “dão sentido a” ou representam em nossa vida
mental, objetos que estão ou podem estar lá fora no mundo. O sentido é um
diálogo parcialmente compreendido, ou seja, sempre uma troca desigual.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Essas diferentes
formas de produção e transmissão são chamadas de línguas. As línguas operam por
meio da representação falada (uso de sons), escrita (uso de palavras), musical
(uso de notas em escala), corporal (emprega gestos físicos).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Hall (2016),
entende que os sons, as palavras, os gestos, as expressões, as roupas, são
parte da nossa realidade natural e material. Sua importância para a linguagem,
não se reduz ao que são, mas sim ao que fazem, “as suas funções. Eles constroem
significados e os transmitem, visto que não possuem um sentido claro em si
mesmos, são veículos ou meios que carregam sentidos, funcionam como símbolos
que representam ou conferem sentido as ideias que desejamos transmitir. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Deste modo, dirá
Hall (2016) que a linguagem é uma prática <i>significante</i>. Qualquer sistema
representacional que trabalha nesses termos, pode ser visto de forma geral,
como algo que funciona de acordo com os princípios da representação pela
linguagem. A fotografia é um sistema representacional, pois usa imagens sobre
um papel fotossensível, para transmitir um sentido fotográfico a respeito de
determinado indivíduo. A música usa a linguagem na medida em que emprega notas
musicais para transmitir sensações e ideias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Os jogos de
futebol, repletos de cartazes, bandeiras e slogans, rostos e corpos pintados de
certas cores ou inscritos com certos símbolos, podem ser considerados como uma
linguagem na medida em que é uma prática simbólica que concede sentido ou
expressão à ideia de pertencimento a uma cultura nacional ou de identificação
com uma comunidade local. Isso é parte da linguagem da identidade nacional, um
discurso de pertencimento nacional, representação aqui está intimamente ligada
à identidade e conhecimento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A linguagem
fornece um modelo geral do funcionamento da cultura e da representação,
especialmente na chamada abordagem semiótica - estudo dos signos e seus papéis
- enquanto veículo de sentido numa cultura em que, ultimamente, centrou seu
esforço no estudo do <i>discurso </i>na<i> </i>cultura.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Para Hall (2016), <i>discursos</i>
são maneiras de se referir a um determinado tópico da prática ou sobre ele
construir conhecimento, um conjunto de ideias, imagens e práticas que suscitam
variedades no falar, formas de conhecimento e condutas, relacionadas a um tema
particular, atividade social ou lugar institucional na sociedade que define o
que é ou não adequado sobre um determinado tema ou área de atividade social.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">As formações
discursivas, definem ainda que tipo de conhecimento é considerado útil,
relevante, verdadeiro em seu contexto e definem que gênero de indivíduos ou
sujeitos personificam essas características. Assim a formação discursiva se
tornou, termo geral, utilizado para fazer referência a qualquer abordagem, onde
o sentido, a representação e a cultura são elementos considerados
constitutivos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O uso corrente da
linguagem e do discurso, enquanto modelos de como a cultura, o sentido e a
representação funcionam, bem como a subsequente “virada discursiva” nas
ciências humanas e sociais, constituem a mudança de direção mais importante,
ocorrida nos últimos anos no estudo da vida em sociedade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaAaT4QtltE4geusmkh19uJcNpycHs8VwQ89b7huS9joQOVxyuv6evfS9cxvHcSdykjFNa4zHa4JsewzJ39FhdQiRtqAyO2OgFT4DKeuMQCXPoEuG2wDxhg2M7yDAzYmQ3yEp8cqN6UmzhY-kEEIVZLVKuTaUg29FRRTkIEQ_8gP-b4z0No9vJndL1/s4128/20190415_131106.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4128" data-original-width="3096" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaAaT4QtltE4geusmkh19uJcNpycHs8VwQ89b7huS9joQOVxyuv6evfS9cxvHcSdykjFNa4zHa4JsewzJ39FhdQiRtqAyO2OgFT4DKeuMQCXPoEuG2wDxhg2M7yDAzYmQ3yEp8cqN6UmzhY-kEEIVZLVKuTaUg29FRRTkIEQ_8gP-b4z0No9vJndL1/s320/20190415_131106.jpg" width="240" /></a></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">por <i>Frank Marcon</i></span></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">1. </span><i style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Representação,
sentido e linguagem</i></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A prática da
representação, representa para Hall (2016), o processo chave do circuito
cultural que ocupa um novo e importante lugar no estudo da cultura. <i>A
representação conecta o sentido e a linguagem à cultura</i>. Mas o que isso
quer dizer? O que a representação tem a ver com cultura e significado?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Segundo Hall
(2016), a representação utiliza a linguagem para expressar algo sobre o mundo
ou representá-lo a outras pessoas, mas também, é uma parte essencial do
processo pelo qual os significados são produzidos e compartilhados entre os
membros de uma cultura. Portanto, representar envolve o uso da linguagem, dos signos
e imagens para significar ou representar objetos, tornando-se um processo complexo
de conexão entre sentido e linguagem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Nesse sentido,
Hall (2016) apresenta três abordagens teóricas que entende como passíveis de
auxiliar no entendimento da representação do mundo efetivado pela linguagem, ou
seja: quando a linguagem reflete um significado que já existe no mundo dos
objetos pessoas ou eventos, a abordagem é <i>reflexiva</i>. Quando expressa
somente o que o falante, o escritor, o pintor querem dizer, o significado
intencional pretendido por Ele, a abordagem é <i>intencional</i> ou quando o
significado se constrói na linguagem e por meio dela, a abordagem é <i>construtivista</i>.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A representação é
a produção do significado e dos conceitos da nossa mente, por meio da linguagem.
É a conexão entre conceitos e linguagem que permite nos referirmos ao mundo
real dos objetos, sujeitos ou acontecimentos, no mundo imaginário de objetos
sujeitos e acontecimentos fictícios.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Temos assim dois
sistemas de representação. O <b>primeiro</b>, no qual toda ordem de objetos,
sujeitos e acontecimentos é correlacionada a um conjunto de conceitos ou
representações mentais, que nós carregamos, e sem eles, jamais conseguiríamos
interpretar o mundo de maneira inteligível. O significado depende do sistema de
conceitos e imagens, formados em nossos pensamentos que podem representar ou se
colocar como o mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Sendo assim, a
cultura é por vezes, definida em termos de <i>sentidos compartilhados</i> ou <i>mapas
conceituais compartilhados</i>, mas não é o bastante, precisamos ser capazes de
representar e trocar sentidos e conceitos, o que só podemos fazer quando também
temos acesso a uma linguagem comum.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A linguagem se
apresenta, portanto, como o <b>segundo</b> sistema de representação, envolvido
no processo global de construção de sentido. O sistema escrito, o sistema
falado de uma língua em particular, são ambos considerados linguagens, as
imagens visuais, sejam elas produzidas pela via manual, mecânica, eletrônica digital,
quando usadas para expressar sentidos, as expressões faciais ou do gestos, a
linguagem da moda, do vestiário, das luzes do tráfego, a música, enfim,
qualquer som, palavra, imagem ou objeto que funcionem como signos, que sejam
capazes de carregar e expressar sentido e que estejam organizados com outros em
um sistema, são sobre esta ótica uma linguagem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O termo geral que
usamos para palavras, sons ou imagens que carregam sentido é signo e estes,
indicam ou representam os conceitos e as relações entre eles, em nossa mente, e
juntos constroem os sistemas de significado da nossa cultura.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">1.2 <i>Linguagem e
Representação</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Segundo Hall
(2016), as pessoas que pertencem à mesma cultura compartilham um mapa
conceitual relativamente parecido. Nesse sentido, devem compartilhar também uma
maneira semelhante de interpretar os significados de uma linguagem. Só assim os
sentidos serão efetivamente intercambiados entre os sujeitos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Hall (2016)
questiona: como sabermos se o conceito indica tal coisa? Ou que a palavra
efetivamente representa determinado conceito? Como saber que sons ou imagens
trarão, por meio da linguagem, o sentido de meus conceitos e do que quero
expressar com eles? Isso pode ser simples no caso dos signos visuais, já que o
desenho, a pintura ou a imagem de uma ovelha na câmera e na TV por exemplo,
traz a semelhança do animal peludo pastando em um campo ao qual eu quero me
referir.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Imagens e signos
visuais, mesmo quando carregam uma semelhança próxima às coisas a que fazem
referência, continuam sendo signos, eles carregam sentido e então têm que ser
interpretados. Para fazer isso, nós devemos ter acesso a dois sistemas de
representação. Um que correlaciona o animal no campo com o conceito de <i>ovelha</i>
e outro que correlacionado há um sistema de linguagem no qual a linguagem
visual carrega algumas semelhanças com a coisa real ou parece com ela de alguma
forma.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A relação entre o
conceito e o signo, torna-se mais difícil no caso das linguagens,<i> escritas</i>
ou <i>faladas</i> nas quais as palavras não parecem nada com as coisas às quais
se referem, nem soam como elas. Em parte, isso ocorre porque existem diferentes
tipos de signos. Os signos visuais que chamamos de icônicos e carregam uma
semelhança com o objeto, pessoa ou evento ao qual fazem referência e os signos
escritos ou ditos que são chamados de indexicais e não carregam nenhuma relação
óbvia com as coisas às quais se referem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">1.3 <i>Compartilhando
os códigos<o:p></o:p></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Ao discutir o compartilhamento
dos códigos, Hall (2016), busca entender como as pessoas que pertencem à mesma
cultura, que compartilham o mesmo mapa conceitual e que falam ou escrevem a
mesma língua, sabem que a combinação arbitrária de letras e sons que constitui
a palavra ÁRVORE indica ou representa o conceito de “planta grande que cresce
na natureza”? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">No entanto, afirma
que árvores de não saibam que são árvores e que, o sentido não está no objeto,
na pessoa, ou na coisa, e muito menos na palavra. <i>Somos nós quem fixamos o
sentido, tão firmemente que depois de um tempo ele parece natural e inevitável</i>.
O sentido é construído pelo sistema de representação e fixado pelo código que
estabelece a correlação entre nosso sistema conceitual e nossa linguagem, de
modo que a cada vez que pensamos em uma árvore o código nos diz para usar a
palavra em português árvore; a letra V para VITÓRIA; a cor vermelha do semáforo
para PARE e verde para LIVRE.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Para Hall (2016)
então, um jeito de pensar a cultura é nos termos desses mapas conceituais
compartilhados, sistemas de linguagem compartilhada e códigos que governam as
ações de tradução entre eles. Os códigos fixam as relações entre conceitos e
signos, estabilizam o sentido dentro de diferentes linguagens e culturas, nos
dizem qual linguagem devemos usar para exprimir determinada ideia. Inversamente
nos dizem quais conceitos estão em jogo, quando ouvimos ou lemos certos signos,
e nos possibilitam falar e ouvir inteligivelmente, e estabelecer uma “tradutibilidade”
entre nossos conceitos e nossas línguas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Entende-se agora,
de forma mais fácil, porque, sentido, linguagem e representação são elementos
fundamentais no estudo da cultura. Pertencer a uma cultura é pertencer, grosso
modo, ao mesmo universo conceitual e linguístico, saber como conceitos e ideias
se traduzem em diferentes linguagens e como a linguagem pode ser interpretada
para se referir ao mundo ou para servir de referência a ele. Compartilhar esses
aspectos é enxergar o mundo pelo mesmo mapa conceitual e extrair <i>sentido</i>
dele pelos mesmos sistemas de linguagem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O sentido não é
inerente às coisas do mundo. Ele é construído, produzido, é o resultado de uma
prática significante - uma prática que <i>produz </i>sentido, que faz os
objetos significarem.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">1.4 <i>Teorias da
Representação</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Nesse item, Hall
(2016) nos apresenta os três enfoques que explicam como a representação do
sentido pela linguagem funciona, são eles: o enfoque reflexivo, o intencional e
o construtivista. Na abordagem <b>reflexiva</b>, o sentido é pensado como
repousando no objeto, pessoa, ideia ou evento no mundo real, e a linguagem
funciona como um espelho, para refletir o sentido verdadeiro, como ele existe
no mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A abordagem <b>intencional</b>,
defende que é o interlocutor, o autor, quem impõem seu único sentido no mundo
pela linguagem. As palavras significam o que o autor pretende que signifiquem.
Todos nós usamos a linguagem para convencer ou comunicar coisas que são
especiais ou únicas para nosso modo de ver o mundo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A terceira
abordagem é a <b>construtivista. </b>Ela reconhece o caráter público e social
da linguagem. Ela atesta que nem as coisas nelas mesmas, nem os usuários
individuais podem fixar os significados na linguagem. As coisas não significam:
nós construímos o sentido usando os sistemas representacionais - conceitos e
signos. De acordo com esta abordagem, nós não devemos confundir o mundo
material, onde as coisas e pessoas existem, com as práticas e processos
simbólicos pelos quais representação, sentido e linguagem operam.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">2. <i>O legado de
Saussure<o:p></o:p></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Segundo Hall
(2016), a visão social construtivista da linguagem e da representação deve
muito a obra e influência do linguista suíço Ferdinand de Saussure. Para
Saussure, a produção do sentido depende da linguagem: “a linguagem é um sistema
de sinais.” Sons, imagens, palavras escritas, pinturas, fotografias, etc,
funcionam como signos dentro da linguagem “apenas quando eles servem para
expressar ou comunicar ideias”. Para comunicá-las, eles devem ser parte de um
sistema de convenções.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O signo foi
analisado por Saussure, em dois outros elementos: a <i>forma</i> (a verdadeira
palavra, imagem, foto, etc) e a <i>ideia</i> ou <i>conceito</i> na sua cabeça
com a qual a forma era associada. Saussure, chamou o primeiro elemento de <b>significante</b>
e o segundo elemento - o conceito correspondente que ele desencadeia na sua
cabeça - de <b>significado</b>. Cada vez que você ouvir ou ler o significante (isto
é a palavra ou imagem de um celular, por exemplo), ele será relacionado com o
significado (o conceito de um telefone portátil na sua cabeça).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Hall (2016),
afirma que Saussure, propôs que a linguagem consiste em significantes. Mas para
produzir sentido, os significantes devem estar organizados em um sistema de
diferenças. É a diferença entre os <i>significantes </i>que <i>significa</i>. E
a relação entre o significante e o significado, que é fixada pelos nossos
códigos culturais, não é, argumentou Saussure, permanentemente fixa. Palavras
mudam os seus sentidos que são produzidos dentro da história e da cultura.
Assim, se o sentido muda historicamente e nunca é fixado de forma definitiva, o
que se segue é que captar o sentido, deve envolver um processo ativo de
interpretação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">2.1 <i>A parte
social da linguagem</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Segundo Hall
(2016), Saussure, dividiu a linguagem em duas partes: a primeira consiste nas <i>regras
e códigos gerais do sistema linguístico</i> que deve ser compartilhado para que
se torne um meio de comunicação. Essa estrutura de linguagem subjacente,
governada por regras, nos permite produzir sentenças bem informadas chamada por
Saussure de “langue” (o sistema de linguagem).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A segunda parte
consiste nos atos particulares de <i>fala, escrita ou desenho</i> - que usando
a estrutura e as regras da langue (sistema de linguagem) - são produzidos por
um interlocutor ou escritor real. Ele chamou isso de “parole” ou fala (ou
escrita).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Segundo Hall
(2016), a estrutura subjacente de regras e códigos (langue) é a parte social da
linguagem e poderia ser estudada com a precisão das leis de uma ciência, devido
à sua natureza fechada, limitada. A segunda parte da linguagem, o ato
individual da fala ou do pronunciamento (parole), é a superfície da linguagem. A
linguagem para Saussure é, um fenômeno social, que não pode ser uma questão
individual, já que não é possível inventar as regras da linguagem
individualmente, para nós mesmos.<o:p></o:p></span></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-18101750736861043782022-03-27T09:52:00.003-07:002022-03-27T09:56:48.674-07:00E-book "Cultura de Paz e Práticas Restaurativas na Escola: Reflexões e Diagnóstico<p> <i>Lançamento E-book </i><a href="https://drive.google.com/file/d/17v0UJLZapuY3GT8O3z2gOMW-5eJnPAde/view?usp=sharing" target="_blank">[baixar]</a></p><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicMNdEqOv5_hR41N3cYhkos9moiG5SVRf8azhR9CPf7EUuL-gPYq-19P6nDNFx1lqNRNE0Wi7gYnn7pe0g87_HLuKnDtpqHcFnN_xNNIKDdmoMG_XQ-3bgyHQgxVn7LnI67jXgCtJYY61VXy2T0qnd4uPapqWBht6NeLpqGpLa2HFCzhO1rK1fvVfM/s1122/capa%20cultura%20de%20paz.gif" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1122" data-original-width="793" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicMNdEqOv5_hR41N3cYhkos9moiG5SVRf8azhR9CPf7EUuL-gPYq-19P6nDNFx1lqNRNE0Wi7gYnn7pe0g87_HLuKnDtpqHcFnN_xNNIKDdmoMG_XQ-3bgyHQgxVn7LnI67jXgCtJYY61VXy2T0qnd4uPapqWBht6NeLpqGpLa2HFCzhO1rK1fvVfM/s320/capa%20cultura%20de%20paz.gif" width="226" /></a></div><br /><p></p>Este livro é resultado do projeto de pesquisa “Cultura da Paz e Justiça Restaurativa contra a Violência Escolar: estudo e diagnóstico para elaboração de políticas públicas de aperfeiçoamento da prática educacional de adolescentes e jovens em Sergipe”, financiado com recursos da FAPITEC/SEDUC, Edital 02/2020, que buscou verificar se existe e como vem ocorrendo iniciativas e políticas públicas para a promoção da cultura de paz e práticas restaurativas no âmbito escolar de Sergipe, visando perceber se há ações e políticas escolares neste sentido, com o objetivo de compreendermos sobre seu teor e sua eficácia; bem como para elaboração de um diagnóstico sobre realidades das violências escolares destinado a subsidiar futuros projetos de políticas públicas que promovam a cultura da paz nas escolas.<br /><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div></blockquote><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /><br /></div><br /><br /><p></p><br />Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-78334156578137321592022-02-25T11:40:00.001-08:002022-02-25T11:40:38.310-08:00Processos Identitários: Sentidos de Nação e Democracia<p> </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://drive.google.com/file/d/1MNJC1xGuzo9QBIWi5Ye36Ne8SVTODlY4/view?usp=sharing" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img alt="" data-original-height="710" data-original-width="555" height="279" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh4m9TNHlJosLW5LOewxZy5oDoMvLJOwC8tsKBIiTCXwK0UZh7ucMa7MJoehhESfvsixbXB3NOpZo-pDt9W4sQTLjckjr046nUY1POhST_cY4sCIvruICpY2uNizR0u-7_QKmur22Sv82S9mIyVuTU_BDIBG0durjqD-ZRY1GQSwmKkBQfPAyJtcLbP=w219-h279" width="219" /></a></div><br /><br /><p></p><p>Lançado!!! <a href="https://drive.google.com/file/d/1MNJC1xGuzo9QBIWi5Ye36Ne8SVTODlY4/view?usp=sharing" target="_blank">Download free</a>.</p><p>"Este livro é fruto de alguns debates que vêm sendo realizados entre professores(as), pesquisadores(as) e alunos(as) desde o ano de 2018, no âmbito do Grupo de Estudos Culturais, Identidades e Relações Interétnicas (GERTs); do Observatório da Democracia/UFS (OBSDEMUFS) e da disciplina Identidades e Poder nas Ciências Sociais, do curso de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Federal de Sergipe. Os temas das identidades e dos Estados nacionais têm sido retomados como forma de analisarmos o fenômeno da onda conservadora e nacionalista que se intensificou nos últimos anos em diferentes países, incluindo o Brasil."</p><p> Organizadores: Danielle Parfentieff de Noronha, Frank Marcon, Marco Aurélio Dias de Souza.</p><p>1. Entre movimentos sociais e movimentos terroristas: Disputas discursivas entre projetos nacionais no Brasil bolsonarista (Ygor Santos de Santana)</p><p>2. Identidade e democracia no jogo de complexidades da política contemporânea (Josevânia Nunes Rabelo, Rosinadja Batista dos Santos Morato e Ana Flávia Pereira Ventura)</p><p>3. Algumas notas sobre a crise democrática e a ascensão da retórica Alt-right (Marco Aurélio Dias de Souza)</p><p>4. Os processos identitários frente ao contra-ataque conservador: atores, disputas, normas e contextos. (Roger Carlos Ferreira Alves Santos)</p><p>5. Facebook: identidade, poder e mídia social (Mário César de Souza)</p><p>6. Identidades nacionais e a ideia de mestiçagem no Brasil (Frank Marcon e Lucas Vieira Santos Silva)</p><p>7. Distanciamento e aproximação nos processos de identificação e diferença entre Brasil e América Latina (Gabriela Rodrigues Botelho e Liviane Nascimento dos Santos) </p><p>8. “Cuba, territorio libre de América”: notas sobre soberania, identidade e justiça social no imaginário nacional cubano. (Danielle Parfentieff de Noronha e Paulo Renato Vitória)</p><p>9. Nação, nacionalismos e imaginação das identidades nacionais (Ivan Paulo Silveira Santos) </p><p>10. Identidades nacionais e o caso do movimento Paraguay Poderoso (Carolina Olmedo) </p><p>11. O futebol como expressão de identidade: a AD Confiança, em Aracaju, um time proletário (Sakay de Brito Santos)</p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-964781139865263236.post-49030603489759781402021-10-31T16:20:00.010-07:002021-11-01T06:30:27.627-07:00 Posfácio para "um dia de cada abril ou a função sócio-política do afeto"<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p><span style="font-size: small;">* Texto escrito como Posfácio para o livro de poemas: Ramalho, Ítalo. </span><i style="font-size: small;">um dia para cada abril ou a função sócio-política do afeto. </i><span style="font-size: small;">Ed. Criação, Aracaju, 2021. pp 81-91</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Rvf3LPnA5Ms/YX8rKVpkHVI/AAAAAAAAMyw/gzX3hlHvQRYg_C8j0c8Fcmk-AY4iSh2IACLcBGAsYHQ/s900/WhatsApp%2BImage%2B2021-10-31%2Bat%2B20.40.33%2Bcopia.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="578" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-Rvf3LPnA5Ms/YX8rKVpkHVI/AAAAAAAAMyw/gzX3hlHvQRYg_C8j0c8Fcmk-AY4iSh2IACLcBGAsYHQ/s320/WhatsApp%2BImage%2B2021-10-31%2Bat%2B20.40.33%2Bcopia.jpeg" width="206" /></a></div><br /><p>Estes tempos de pandemia têm sido socialmente críticos, desde os primeiros impactos que tivemos em abril, quando chegamos
às mil mortes no País, até as mais de 100
mil mortes [este texto foi escrito em agosto de 2020], após passados cinco meses de má
governação e má condução das políticas de
saúde e de restrições sociais de aglomeração. Lá atrás começamos a conviver com uma
nova realidade cíclica que já dura meses
e que nos afetou indistintamente de forma
cultural, social e psicossomática. </p><p>Além dos efeitos perversos da doença provocada pelo vírus, as imposições de isolamento
social e de confinamento alteraram radicalmente nossas vidas. Por um lado, transformaram nossas rotinas e formas de higienização
e cuidado, de convívio social e afeto, de
estudos, trabalho e lazer; por outro lado,
também alteraram nossas formas de sentir felicidade e tristeza, indignação e complacência, prazer e tédio, amor e raiva... </p><p>Neste sentido, estes tempos de pandemia também têm sido intensamente reflexivos, provocando sensações pensantes, nos desviando do
curso planejado de presente e futuro e criando
um lapso temporal e espacial que tornou possível viver de outro modo e de outra perspectiva
os dias e os meses, os lugares e os ambientes.</p><p>No livro que temos em mãos ou em tela, o
ciclo dos dias densos, no transcurso de um
mês, foi transformado poeticamente em marco das experiências vividas e sentidas pelo
autor, intensamente doloridas e caóticas,
solitárias e angustiantes, infladas pela
diminuição rítmica do tempo e do espaço.
Do abril que foi ou não escolhido por acaso, mas que por coincidência serve como
metáfora de abertura, de início de uma
dada condição e catarse. Estas sensações
que também foram experimentadas por muitos
outros de nós e impuseram densas formas de
reflexividade à experiência, tendo maior
efeito nos primeiros meses de isolamento e
confinamento social, quando as transformações no dia-a-dia ainda foram mais intensas, repentinas e impactantes. </p><p>Ítalo Ramalho toma sua própria experiência
vivida destes dias como arquétipo poético
das práticas, das ilusões e das emoções.
Viver, pensar, sentir e escrever sobre tais
sensações é uma forma de se expressar diante do imponderável, tentar compreender seus
efeitos e tentar entender-se a si e aos outros neste processo. Delimitar e fatiar o
tempo sentido e o tempo vivido com a marca
cronológica dos dias de um mês não é apenas
uma forma de contar, no isolamento ou no
confinamento social, mas também uma forma
de registrar o experienciado, o pensado e o
sentido através da linguagem e, neste caso
específico, da poesia. Transformar o estranho, o caótico e o desconhecido em vida e em expressão e vazão estetizada também é um
ato político de resistência e de resiliência que a linguagem poética permite, revelando potencialidades outras, diante das
formas volúveis que as linguagens cotidianas do tempo rápido, industrial, metropolitano, online e digital não alcançam. </p><p>Sobre os dias que passam, os registros na forma
de poema revelam também a expertise do autor
advinda das conexões entre campos de saberes
distintos, o literário e o antropológico, o
de amante das artes e da formação em direito,
do qual emerge uma autoetnografia poética
profunda, que observa o mundo a partir da
realidade experimentada, onírica e subjetivada, marcada pela relação e pela existência do outro - e/ou dos outros - densamente
refletida e reflexiva. Se é no(s) outro(s)
que existimos, os efeitos do impacto do
isolamento social se tornam estruturais nas
percepções de nós mesmos, e a poesia se
torna o verbo de um modo de se dizer sobre
um/eu e sobre todos/nós e de modo holístico
sobre o anthropo - o quê Ítalo Ramalho bem
traduz nesta obra. </p><p>O abril, aqui, mesmo que despedaçado, como
diz a memória do autor sobre o livro/filme,
no poema 15 de abril, é tratado como ciclo
e como estrutura de sentido desta contagem
poética dos dias, um dia para cada dia,
um dia para cada abril, explorando muitas
faces da carga semântica da palavra e dos
significados sociais que ela sugere. Abril intenso, dilacerado, fragmentado, confuso,
um dia como todos os dias, um mês como todos outros, só que não como antes, mas como
agora, inusitado. Nesta poética do despedaçamento do presente, há um desejo de tradução deste tempo trágico em atos da rotina da
vida vivida que se segue: dormir, acordar,
transar, cozinhar, comer, limpar, ler, trabalhar, assistir, comprar... Ou simplesmente pulsar... </p><div style="text-align: left;"><span> <span> <span> </span></span></span><b>20 de abril </b><br /><span> <span> </span></span></div><div style="text-align: left;"><span> </span><span> <span> </span> </span>no entanto: <br /><span> <span> <span> </span> </span></span>o pulso pulsa <br /><span> <span> <span> </span> </span></span>pul.....sa <br /><span> </span><span> </span><span> <span> <span> <span> </span></span></span></span></div><div style="text-align: left;"><span><span><span></span></span></span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>pul..........sa <br /><span> </span><span> </span><span> <span> <span> </span> <span> </span></span></span>pulsalâmina <br /><span> </span><span> <span> <span> <span> <span> </span></span></span></span></span>sob o esqueleto estéril <br /><span> <span> </span><span> <span> <span> </span></span> </span></span>do verbo </div><p>A poesia se abre no abril e se torna pulso,
verbo lâmina, remexendo as próprias emoções
do autor e do leitor a partir da intensidade
explícita da simplicidade e da importância do
cotidiano, brincando com jogos de palavras e
com os ritmos da linguagem e na forma, mas
atenta a análise psicológica e social e à
mensagem política implícita das metonímias,
às vezes explícita do verbo. É um jogo com
os corpos, com a consciência, com a vida e
com a morte, mesmo com o lento marcapasso do
tempo e diante do espaço restrito da casa,
do confinamento e do casamento.</p><p>No abril da pandemia, do isolamento e do
genocídio como fim, Ítalo Ramalho também
recorre à memória das sucessivas políticas de morte traduzidas para outros tempos,
através da crítica histórica sobre a colonização do Brasil, por exemplo, trazendo
o abril como marco da memória coletiva da
existência de outros corpos de dor, e do
silenciamento de outras formas de vida e de
conhecimento. Da dureza da linguagem ácida
e áspera do poeta/poema concreto, o autor
encontra ao seu modo e ao seu tempo a sua
forma de analogia à denúncia sobre a dominação colonial e judaico-cristã dos povos
indígenas, porém sob o alento da resiliência e da reinvenção antropofágica que sobrevive na linguagem... </p><div style="text-align: left;"><span> </span><span> <b> <span> </span></b></span><b>22 de abril</b> <br /><span> </span><span> <span> </span></span></div><div style="text-align: left;"><span><span><span> </span><span> </span><span> </span></span></span>antes do som <br /><span> </span><span> <span> </span></span>lusitano <br /><span> </span><span> <span> </span></span>o verbo yanomami <br /><span> </span><span> <span> </span></span>sustentou o céu de davi <span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> <span> </span></span></div><div style="text-align: left;"><span><span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span></span></span>inferno de cristo <br /><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>silêncio antunes <br /><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>arnaldo de fazer <br /><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> <span> </span></span>verboração <br /><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> <span> </span></span>carnificanção </div><p>O abril deste livro não é apenas um mês, mas
todos os meses repetidos sob o qual vivemos
este longo inverno que marca e marcará nossas experiências e continuará aprofundando
as realidades sociais já tão desiguais no Brasil. Algo que o autor já profetiza ao
criticar a contabilidade frívola dos corpos
e a dimensão do poder que ele denomina de
necroliberalismo, através deste neologismo
que traduz a sedução hegemônica de um modelo de economia liberal e da apolítica cega,
decadente e gananciosa que nos afeta e se
espalha pelo mundo. Aliás, doença, morte e
política se completam de forma recorrente
na poesia de Ítalo Ramalho, não como hipérbole estética, mas por se tornarem rotina
ou parte da língua franca no imaginário cotidiano do isolamento social e no vernáculo da política, tangenciados pelas facetas
pública e privada da vida, na qual mesmo
confinados ninguém mais se esconde. </p><p>Mesmo que a cronografia deste abril em algum momento se feche, com língua grossa (ou
fina), como diz o autor, outros trinta poemas surgiram - surgirão - do pavimento superior do incansável subconsciente do poeta, da palavra dos meses do agora ou daquela
um dia pensada, ritmada e conjugada como
função sócio-política do afeto, aparecendo
como parte do ritual do ofício pensante e
incessante de burilar, de escrever, de declamar e de brincar silenciosamente com os
sons, com as subjetividades e os significados das palavras até lhes dar vida pública.
São ideias outrora inacabadas, não costuradas, são as formas do fabricar a poesia,
agora amalgamadas e expressas em versos a
compor o todo da obra, como efeito mágico
da bricolagem. Nesta segunda ronda de poemas do livro – os outros trinta -, o autor
suspende o abril para transformar o ciclo
do mês em estrutura, e os versos seguem
aparecendo com a marca dos sonetos; descomprometidos com a narrativa das rotinas
do dia a dia, perpetuando de modo enigmático e gráfico o ícone da teia e da rede
(#) como marcador de outras práticas; como
um outro modo de pensar, dizer, sustentar,
fabricar e coser a vida, que se repete
como etéreo. Esta tessitura pensada das palavras e dos versos perfura outros planos
de consciência, como ato de sustentação da
própria existência, soltos, embora enumerados, sequenciados e tagados. <span> </span><span> <span> </span><b> </b></span></p><p><b><span> </span><span> </span><span> <span> </span></span>#20 </b></p><div style="text-align: left;"><span> </span><span> <span> <span> </span> </span></span>para o poema nascer <br /><span> </span><span> <span> <span> </span></span></span>é preciso costurá-lo <br /><span> </span><span> <span> </span> <span> </span></span>da ponta à cachaça</div><div style="text-align: left;"> <br /><span> </span><span> <span> </span><span> <span> </span></span></span>pensar pelo pé é <br /><span> </span><span> <span> <span> </span></span></span>fazer do caminho <br /><span> </span><span> <span> <span> </span></span></span>bifurcado − <br /><span> </span><span> <span> </span> <span> </span></span>linha e pedra – <br /><span> </span><span> <span> <span> </span></span></span>questão de equilibrachão </div><p style="text-align: left;">No registro poético do autor reconhecemos
o desejo pela poesia como possibilidade de
equilíbrio, de razão, mesmo diante do uso
lúdico, sonoro e semântico das palavras em
tempos de normalidades suspensas. A experiência sentida e vivida, marcada pelos efeitos do tempo e dos acontecimentos, é traduzida em linguagem gráfica e sonora, na qual
se encontram indivíduo e sociedade, afeto e
política, emoção e racionalização, forma e
conteúdo. É a poesia tornando o imaginável
dizível, o incompreendido compreensível, as
palavras em sensações e formas animadas... </p><p><span> </span><span> </span><span> </span><b> <span> </span>#22 </b></p><div style="text-align: left;"><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>em minhas mãos <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>o riso do livro <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>move <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>os dentes das suas <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>páginas <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span></div><div style="text-align: left;"><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>banquete farto: <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span></span>proteína <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>verbal </div><p style="text-align: left;">É certo que os últimos meses impactaram
intensamente o curso de nossas vidas e que
para muitos de nós as leituras foram boas
companheiras. Mas, para muito além disto,
surgiram novos modos de sociabilidades, novas estratégias de sobrevivência e de fazer
político, novas formas de regulação social,
novos comportamentos afetivos, novos modos
de percepção e novas formas de intensificação do individualismo. </p><p>Neste livro temos alguns registros sincrônicos destes processos também vividos
pelo poeta a partir da experiência pessoal
e da passionalidade racional da sua criação. Versos produzidos durante as sensações
vividas, capturando impressões sobre instantes, tendo a forma como latência e como
potência de dizer para além do plenamente
compreensível para o agora. A poesia - como
linguagem ou o livro como obra aberta -,
neste caso, aparece metamorfoseada como actante, tanto deste momento para outros tempos, quanto do leitor que sou para outros. </p><p>No futuro teremos estudos sobre a produção reflexiva gerada durante a vigência das
excepcionalidades provadas pela pandemia.
Sobre o quão intensa e distinta ela fora,
sobre como as pessoas reviram as suas vidas e os seus desejos, repensaram os seus
projetos e se viram como sujeitos diante
da sensação de impotência. Sensação inicialmente já existente diante da guerra
ideológica-política, provocada de forma insistente por modelos de governação antidemocráticos, como do caso brasileiro, que
têm gerado efeitos ainda mais perversos durante a pandemia, aprofundando discursos de
exclusão e de eliminação social, tomando
como base moralismos perversos, seletivos e
mal intencionados que transformam as orientações sérias e científicas no campo da
saúde pública em chacota e instrumento de
um modus operandi perverso de exercício de
poder pelo poder. Aliás, o caos é terreno
fértil para o crescimento de tais formas de
fazer política, embora também abra espaço
para a transformação revolucionária, para
o encerramento dos ciclos, para o início
de outros e para emergência de agências insurgentes.</p><p>De forma muito pouco reflexiva, vem se tornando senso-comum que as atuais regras de
biossegurança, as normas de sociabilidade,
de trabalho remoto, de estudos e de lazer
destes tempos de excepcionalidade se tornarão o novo normal. A expressão mais me parece conter o desejo de uma nova normalidade
de controle social, com maiores restrições
à movimentação das pessoas, maior exploração do trabalho, maior endurecimento da
vida social e a ideia de que a humanidade
viverá a ameaça constante do apocalipse,
independente do arrefecimento da pandemia;
do que a vontade de entender o processo e de
transformar esta realidade temporária. Não
temos certeza se a pandemia provocada pelo
vírus Sars-COV2 será um marco de transformações profundas e duradouras nas sociabilidades, nos costumes, na geopolítica e na
economia global ou nas formas de experimentar a humanidade - e nem precisamos tê-la
-, o certo é que enquanto ela se perpetuar
continuaremos vivendo a experiência do individualismo de forma ainda mais intensa e
jamais vista, e isto se reflete no quê e no
como sentimos, sofremos, pensamos e produzimos. É sobre isto que importa dizer e fazer
agora. Sobre os registros da experiência humana que nos tornem capazes de interpretar e
de compreender para podermos existir, resistir e transformar. Mas, enquanto vermos nas
ruas, nas redes sociais e nos noticiários
que as pessoas estão saindo do isolamento social voltando a consumir loucamente, os discursos minimizando o impacto sobre as vidas, os negacionismos ideológicos segregacionistas se sobrepondo ao conhecimento científico
e crítico e a economia colocada ainda mais
acima das pessoas, os versos de Ítalo Ramalho continuarão soando como grito de dor e
como alerta humanitário e trágico do agora. </p><p><span> </span><span> </span><span> <b> <span> </span></b></span><b>6 de abril </b></p><div style="text-align: left;"><span> </span><span> </span><span> <span> </span></span>caixas de papel <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span></span>deveriam conter <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span></span>sapatos <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>guardam pés mortos <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>enforcados <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>pelo cadarço <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>dos corpos infectados <br /><span> </span><span> </span><span> <span> </span> </span>(eco à dor) </div><p style="text-align: left;">Como leitor de hoje, não há como se deparar
com este livro sem perceber o mundo pela conjunção das lentes do trágico e do satírico,
do político e do afetivo; da desigualdade e da
resiliência; não há como não se sentir incomodado, angustiado, ou às vezes esboçar um sorriso irônico, sarcástico, casual, ou noutras
sentir-se como sujeito empoderado, embora na
dor e no odor da morte dos outros - e da nossa
humanidade. Estas são mensagens contidas neste livro, sobre o presente e sobre como ele
nos faz sentir, pensar e resistir a partir do
cotidiano, da estética e da política. </p><p style="text-align: left;">Frank Marcon
Professor do Departamento de Ciências
Sociais da Universidade Federal de Sergipe.</p><p style="text-align: left;">Acesso ao livro na íntegra: https://editoracriacao.com.br/wp-content/uploads/2021/03/livro-final-site-1.pdf</p><p style="text-align: left;"><br /></p>Frank Marconhttp://www.blogger.com/profile/04227040549605321992noreply@blogger.com0